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 A Paixão de Orihime

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Rukia-nee-san
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A Paixão de Orihime Empty
MensagemAssunto: A Paixão de Orihime   A Paixão de Orihime Icon_minitimeSex 1 Ago 2014 - 7:05

Esmeraldas que lêem a alma

“Ulquiorra levou os olhos para as costas da ruiva ao escutar o apelido que acabara de receber.

Ulqui-kun.

Soava estranhamente confortável.

Um pensamento antigo lhe ocorreu pela segunda vez.

Mulher, você é uma humana peculiar.”

(Fanfic Ulquiorra Feels de Cereal Killer, Capítulo 3)







Numa resplendorosa madrugada, a cidade de Karakura era banhada pelos primeiros raios de sol. Impiedosamente, a luminosidade perfurou as suaves cortinas, penetrando assim no quarto da bela ruiva adormecida. A jovem despertava angelicalmente. Seu rosto contorcia-se num sorriso delicado, fantasiava com o seu recente doce sonho. A sua maior utopia.

Aconchegava-se de forma sepulcral na sua almofada, tentando voltar a viver o seu sonho. Perder-se nas memórias açucaradas construídas pela sua própria imaginação. Ela sabia que nada era real, que só no seu mundo o reencontraria. Só no seu universo eles poderiam ficar juntos.

Estranhamente, sentia-se bem-disposta, mesmo tudo não passando de um sonho. Seria por sentir-se estranhamente confortável? Não queria abrir os olhos e encarar mais um dia solitário, queria desfrutar aquela maravilhosa sensação cálida. Era confortante e cômodo.

Não recordava que sua almofada fosse tão quente e reconfortante, com seus braços a rodearem a sua cintura… Um momento, braços? Abriu os olhos procurando respostas para as suas incógnitas. Corou mortiferamente ao reparar que na realidade a almofada era o peito do quarto espada e os braços que a impediam de se mover eram os dele. Agarrava possessivamente impedindo-a de escapar porém de forma delicada, como se a qualquer gesto brusco e repentino ela quebrasse como um delicado cristal.

A mão de Orihime repousava perto do buraco hollow, sentindo a respiração do esbelto moreno contra a palma da sua mão. Curiosa, com o dedo indicador, a humana contornava sutilmente o vazio no peito do espada. Mergulhava nas suas lembranças, das conversas deles, principalmente das perguntas dele sobre o coração. Como o queria ajudar, queria salvá-lo da penumbra da solidão. Socorrê-lo, antes de que toda a humanidade evaporasse do ser condenado. Ela acreditava que ele ainda tinha um lado humano, o lado pela qual ela se apaixonou e o lado pela qual ela lutaria. Orihime afundava-se em planos censuráveis mas tão aprazíveis.

Uma alegria contornou a mulher, era real! Ele estava ali vivo! Um belo sorriso desenhara-se no rosto feminino. Porém quando sentiu um arrepio na espinha, como se estivesse a ser observada, ergueu o olhar, percebendo finalmente os olhos verdes que a encaravam curiosos. Talvez por causa das inúmeras expressões caricatas do seu rosto enquanto divagava nos seus pensamentos ou pelos carinhos que fazia nele com seus finos dedos. O olhar esmeralda era penetrantemente melancólico, como se decifrassem a sua mente e penetrassem sua alma. Baixou um pouco o olhar e analisou os lábios tentadores do arrankar, uma vontade súbita preencheu-a de provar a textura dos mesmos, desvendar o seu sabor. Seus olhos acinzentados desviaram-se rapidamente da boca do espada, quando esta reparou que ele ainda a encarava, temendo que ele pudesse ler os seus desejos perversos.

- Bom dia Ulquiorra! Vou preparar o pequeno-almoço, o que queres comer?

- Arrankares não precisam de comer, mulher tola.

Sentiu como se um punhal a atravessasse e perfurasse os seus sonhos, destruindo-os. A indiferença dele a desmoronou, a frieza e o desprezo de sua resposta atingiu-a profundamente, esmigalhando seu coração, contorcendo o belo sentimento que nutria pelo moreno. Conhecia a personalidade do espada e obviamente ela esperava rudeza da parte dele, mas não se importava. Seu coração o aceitou assim mesmo. Mas a forma como a tratou era demasiado dolorosa. Não permitiu que a ardência de seus olhos vencesse, e com uma determinação desconhecida para até para a ruiva, as pérolas acinzentadas encararam gelidamente o espada, cuspindo as palavras.

- Arrankares também não dormem com humanos para velarem o seu sono.

Orihime despegou-se do peito do espada, isolando o seu corpo no frio da divisão, saindo de sua cama em direcção à porta. Mas deteve-se no meio do caminho. Ela lutaria por ele, mas isso não significa que ela permitiria ser rebaixada. Amava-o e queria ser sua companheira porém não seria submissa. Ela tinha o direito a ser valorizada. Já não era a mesma que fora prisioneira em Hueco Mundo. A experiência no deserto a modificou, obrigou-a a amadurecer.

- Qual o motivo para um espada estar no Mundo Real? Querem guerra outra vez?

Ulquiorra admirava a mulher à sua frente. Não só fisicamente. Aquele ser lhe despertou o interesse desde o início, e por estranho que parecesse, lhe continuava a cativar. Ainda o conseguia intrigar. Era impossível tentar prever as atitudes dela, sempre era surpreendido. Ela simplesmente era imprevisível.

Num piscar de olhos, o moreno estava à frente da ruiva, erguendo o queixo da mesma obrigando-a a fitá-lo. A mesma não evitou ruborizar-me pela acção repentina, nunca se acostumaria ao toque dele, ou o simples olhar, sem ficar corada de vergonha.

- Quero entender esse coração de que tanto falas, quero decifrar todos os teus mistérios mulher.

O hálito quente contra a sua face, a voz gélida mas atenciosa, a estava a hipnotizar. Sentia as pernas bambas, e não aguentaria por muito mais tempo suportar o peso do próprio corpo. Afundavam-se no olhar um do outro, desejando-se. Diversas vezes, a humana abria a boca contundo voltava a fechar sem uma única palavra sair por seus lábios carnudos. A resposta dele apanhou -a desprevenida. E quando finalmente adquiriu uma resposta minimamente coerente, quando tinha arranjado coragem suficiente para falar, ele larga seu queixo afastando-se dela. A humana levara uma das mãos ao peito, tentando controlar as batidas descontrolados no seu peito. Porém Ulquiorra retirou-a de seus desvaneios.

- E sim.

- Sim? Sim, o quê?

- Os arrankares estão sedentos por vingança, planeiam invadir a Soul Society e resgatar Aizen.

Orihime fica petrificada, assimilando o que acabar de ouvir. Guerra… Eles procuravam outra guerra!? Não chegara a dizimação de quase todos os espadas para eles simplesmente desistirem? Quantos teriam ainda de morrer? Quantas vidas ainda teriam de ser sacrificadas por aquela guerra sangrenta sem fim? Apesar da catástrofe que Ulquiorra anunciou, a ruiva não evitou sentir-se integrada com algo. Reparou num detalhe na fala do moreno, notou a ausência do “sama”. Ele referiu-se ao shinigami traidor como "Aizen" e não o famoso "Aizen-sama". Isso era bom sinal… Significava que já não o reconhecia como seu mestre. Mas isso não inibia de ele poder participar no exército arrankar para a invasão da sociedade das almas.

- Nem todos os espadas pretendem participar nesse plano. Para ser mais preciso, só eu Grimmjow e Nelliel não queremos evolvermo-nos. Como consequência fomos taxados de traidores e perseguidos. Por isso escapamos de Hueco Mundo. Separarmo-nos e cada um refugiou-se no canto diferente. Não queríamos chamar a atenção de hollows com a nossa grande concentração de reaitsu especial num só lugar. O poder estando dispersado, não chama a atenção alheia.

A colegial continuava a encarar incrédula para o quarto espada. Estava radiante, isso era inquestionável. Sentia-se grata por ele ter vindo refugiar-se para os seus braços, na sua casa.

- Porquê? Quero dizer, tu eras o servo mais fiel de Aizen, porque logo tu te rebelas contra ele?

O espada não se espantara com a pergunta da mulher. Na realidade, essa era a pergunta que ele sempre se fizera. Porquê? Não arranjava uma justificação aceitável para as suas atitudes, mas agia como se soubesse. Desde que a conhecera, ele tem vindo a alterar-se gradualmente. O maior exemplo disso foi ele ter tido a oportunidade de matá-la quando Aizen claramente revelou a inutilidade da mulher de longos cabelos ruivos. Deveria o ter feito mas não o fez. Ele lutou contra o seu dever para protege-la. O espada não tinha intenções de responder à pergunta da humana, ia ordenar para que ela não o importunasse com perguntas impertinentes mas uma dor agudo perfurou sua cabeça, obrigando-o a agachar no chão como se fosse uma concha. Enquanto o suor escorria livremente pelo seu rosto, escutava os gritos abafados da humana.



FLAHSBACK ON

Era Meiji



- Ulqui-kun… Por favor não morras… Eu preciso de ti, nós precisamos de ti…

O chão era inundado por uma poça de sangue. Seu tom avermelhado estendia-se pelo homem mergulhado no chão, embrulhado no seu próprio sangue. Uma ruiva, abraçava o corpo pálido quase morto, com um bebé coberto por uma manta azul, no seu colo. Ela chorava amarguradamente.

Haruko, esposa do Imperador Mutsuhito. Nunca amou seu companheiro, fora um casamento arranjado, uma fachada entre duas famílias cujo objectivo era puramente o dinheiro. Ela nunca cumpriu sua tarefa como esposa, inclusive dormia num quarto individual. Porém o crime que cometera, foi seu maior erro: apaixonar-se pelo líder dos exércitos de seu marido. Infelizmente fora correspondida e ao início os amantes tentaram negar aquele amor proibido que os sucumbira ao pecado. Contudo, deixaram-se levar pelo manto da paixão que os cobria. E como resultado, ela teve um herdeiro. Seu marido sentindo-se atraiçoado acompanhou a gravidez da esposa, assumindo a criança como sua. Mas a catástrofe aconteceu, quando a fúria e o ciúme envolveram o imperador cegando-o, matando o seu melhor guerreiro quando este menos esperava.

- Perdoai-me Hime, por não vos proteger. Prometo-te que um dia nos reencontraremos, em outra vida.



FLASHBAK OFF





- Ulquiorra estás bem?

O arrankar não se movia, nem respondia ao chamado da mulher preocupada. Sentia a cabeça latejar, e com uma mão apertava os seus cabelos negros, numa medida de amenizar a dor fulminante. Era perseguido por esse estranho sonho à alguns dias, e para piorar sempre era acompanhado pelas enxaquecas. Ou seria uma lembrança longínqua? Memórias de uma vida passada? Ele reconhecia-se claramente estendido no chão ensanguentado, mas a mulher ao seu lado não. Sua cara estava ofuscada, só enxergava uma pequena névoa arruivada.

- Porque preciso de encontrar alguém, alguém mais importante que Aizen.

Respondera, sem ao menos se aperceber, à pergunta dela. Sorria ironicamente ao relembrar-se do nome da mulher do sonho. Haruka, significava “muito longe”. Realmente, apesar de aqueles amantes estarem praticamente a viverem juntos (no palácio do Imperador), estavam tão longe um do outro. Seus corações estavam distantes, sem poderem-se alcançar. O casal não podia unir suas almas e corpos livremente. Sempre às escondidas, nas sombras. Por isso Ulquiorra procurou Inoue Orihime. A situação do seu possível passado era semelhante à actual situação. Eles também nunca poderiam permanecer juntos. Mesmo que o desejassem com todas as suas forças, nunca seria o suficiente.

Orihime ia questionar quem era essa pessoa mas aflige-se ao observar o arrankar contorcer-se novamente pelo sofrimento, vendo o espada encolher-se, usando as mãos para apertar a cabeça, tentando inutilmente combater aquela sensação dolorosa.

- Ulqui-kun aguenta firme, vou chamar o Urahara-san.

Olhou incrédulo para a forma como ela o chamara, enquanto correra para ir buscar o telefone. Tratou-o da mesma maneira como a outra o chamara. Será que ela era…? Era isso ao menos possível? A humana o invocara daquela forma mas provavelmente nem reparara no novo apelido dele. Deu um discreto sorrindo de canto, e um pensamento retornou à sua mente.

Mulher Peculiar.

E caiu no esquecimento.
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