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 A Paixão de Orihime

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Rukia-nee-san
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A Paixão de Orihime Empty
MensagemAssunto: A Paixão de Orihime   A Paixão de Orihime Icon_minitimeSeg 21 Jul 2014 - 17:21

CONTINUAÇÃO

Capítulo 2-Chuva de Inverno

"Ulquiorra era como a chuva de inverno que cai de repente e antes mesmo que se possa fazer alguma coisa, era tarde para fugir."

(Fanfic Like Ghosts In The Snow de Karolhits, capítulo 9: Storm In My Life)





- Ulqui…orra?

Orihime encarava o quarto espada assombrada. Quando a voz melancólica perfurou seus ouvidos, creu que fosse uma das suas muitas alucinações, porém que esta fosse mais vívida. Ao erguer as pérolas acinzentadas percebeu o seu doce equívoco. Era real, ele estava ali. Sua voz balbuciou num leve murmúrio o nome que a perseguia em seus sonhos.

- Porque choras mulher?

Repetiu impassível a pergunta. Porém a mulher ruiva não conseguia articular palavra alguma, seus finos e carnudos lábios entreabriam-se e fechavam de seguida sem um pequeno som proferir deles. A humana perdia-se nas esferas de um verde intenso, contraste perfeito com os seus cabelos negros e pele pálida mas tão atrativa. Admirava-o, percorrendo o corpo másculo com o olhar, confirmando se haveria alguma alteração na fisionomia masculina. Satisfeita e aliviada, concluiu que ele permanecia idêntico.

Um vulto surgiu no seu campo de visão, alertando a inofensiva mulher. Ulquiorra fizera uso do seu sonido, ficando com o seu rosto a centímetros de distância da atraente face da ruiva. Orihime estremeceu com o contacto visual. Os olhos esmeralda eram penetrantes e intimidantes de longe, o que poderia dizer agora que estavam tão próximos de si?

- Em Las Noches tu sempre choravas, porque continuas a chorar? Não estás feliz?

A ruiva permitiu-se surpreender com a inesperada observação. Era algo de supor vindo do quarto espada. Ergueu a mão temerosa e contornou com os seus finos dedos o rasto de suas lágrimas. Comprovando que seu rosto estava encharcado pelas gotas que não cessavam. Lágrimas eternas, como as dele. Não havia um único dia que não chorasse, a dor da sua ausência era arrebatadora. Tal hábito fez com que a mesma deixasse de constatar quando as pequenas camadas de água abandonavam suas esferas, caminhando livremente pelo seu rosto, alcançando sua boca virgem.

- O solitário deserto roubou-me o meu coração, os ventos silenciosamente o levaram para longe de mim.

Admirou-se por conseguir manter-se audível. Sua frase soou firme, algo inesperado. Distinguiu uma ligeira alteração na face do moreno, por um milésimo de segundo viu algo descrito no seu rosto: surpresa.

- Disparates, mulher. Tu falas do coração como se o pudesses tocar. Nada escapa aos meus olhos, e eu nunca vi esse tal coração de que os humanos tanto falam. Isso não existe.

"- Coração? Os humanos falam do coração, como se o tivessem em suas mãos. Mas meus olhos vêem tudo. Nada lhes escapa. O que eles não vêem, não existe. É assim que eu sempre lutei. O que é um coração? Se eu quebrar e partir seus ossos, o verei? Se eu rasgar seu peito, eu o encontrarei lá?"

Uma dor aguda apoderou-se da humana. Ela idealizou que ele tivesse percebido o significado de suas palavras, naquela hora. Mas iludira-se. Uma esperança inflamou o coração da jovem: ele poderia não ter entendido mas ainda poderia emendar essa situação. Afinal ele estava ali, disposto a conversar, certo? Não foi isso pela qual rezava todas as noites? Por mais uma oportunidade?

Orihime impensadamente, num acto de desespero, clamando a Kami-sama para que ele  pudesse compreender, levou uma de suas calorosas mãos à mão gélida do espada. Ele era um ser condenado, um arrankar, uma criatura sem sentimentos. Um cativo carente de sentimentos, destinado ao frio da solidão.

Em Hueco Mundo ele afirmou que ela morreria sem ninguém para lhe estender a mão, sozinha e abandonada. Contudo, ela estendia a sua para aquele que a retirou de seu mundo, que simulou a sua traição e que a torturou, ele foi o motivo de seu tormento. Mas ele também lhe fez companhia, ele não permitiu ela que abraçasse o desespero, não concedeu que ela se entregasse à morte. Ele a salvou das trevas, fora seu anjo da guarda particular. Lentamente, preencheu os espaços vazios entre os dedos de Ulquiorra, com seus próprios dedos. Transportando a mão pálida até o seu peito. Sentia seu próprio coração bater descontrolado contra a mão do espada, como se quisesse sair por uma janela e voar desamarrado.

- Ulquiorra teus olhos podem não ver, mas o teu corpo pode sentir. Confia nos restantes sentidos, não te limites à visão.

Com certeza esse seria o seu maior pecado, entregar sua alma a alguém condenável. Seu acto era perfeitamente censurável. Mas não conseguia sentir-se mal por isso… O quarto espada, de uma maneira estranha mas que era a sua, lhe ensinou o valor de amar. Amar o inimigo é a mais poderosa das paixões. Esta enfrenta os obstáculos, as divergências, para lutar por algo em comum, por aquilo que os unia: aquele sentimento.

O espada estava paralisado. Estava estupefacto pela ousadia da ruiva, não supunha que ela agisse tão determinantemente. Observou o brilho de seu olhar que ela não hesitou, e que não se arrependera. Apesar de ser nítido o seu desconforto com a situação, a coloração avermelhada no rosto angelical era a prova disso.

O moreno não ousou retirar a sua mão, estava integrado com o assunto daquele órgão humano. O desconhecido o atraía, e ele imprudentemente seguia o seu instinto curioso, ignorando a advertência de sua consciência. Sempre que ele se aproximava daquela mulher peculiar, ele sentia que um pouco de sua razão esvanecia da sua mente, como se evaporasse.

- Fecha os olhos, e sente. As melhores coisas da vida são aquelas que não podem ser vistas.

A ruiva aconchegou seu rosto contra o peito do espada, seus finos braços contornavam a cintura masculina, numa oração silenciosa. Como se suas emoções se transformassem em longos braços e aprisionassem o espada naquele lugar, impossibilitando-o de escapar de sua ardilosa armadilha.

Inoue repousava tranquilamente, enquanto o moreno debatia-se internamente. Ele poderia desmanchar aquele contacto, puni-la por tal atitude mas não conseguia. Não tinha coragem. Em Hueco Mundo, ele nunca ousou levantar um dedo sequer contra ela, mesmo quando esta lhe esbofeteou. A força entre eles os dois era incomparável. A medida que os separava incalculável, então porquê? Qual o motivo para ele não a abandonar simplesmente e esquecer da simplória existência?

Recordou a recomendação da humana, e pela primeira vez na sua dispensável existência cerrou os olhos. Entregando-se àquela sensação nova. Pelo menos naquele momento, a ouviria e a seguiria. Naquele momento, consentiu em ser um humano.
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