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 A paixão do capitão de gelo - Capitulo XV

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charlote-chan
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A paixão do capitão de gelo - Capitulo XV Empty
MensagemAssunto: A paixão do capitão de gelo - Capitulo XV   A paixão do capitão de gelo - Capitulo XV Icon_minitimeDom 24 Ago 2014 - 16:21

Notas da autora:

Yo, minna-san. Mais um capitulo gigante. Bem, dessa vez vou dividir em duas partes. A razão desse tamanho foi que introdução de um elemento importante para a continuação da fic. Tanto de ação como o romance. Espero que gostem Smile

Conexão de Almas

Há cerca de seis dias Seireitei esteve sob ataque. Monstros deformados invadiram as ruas destruindo, atacando e devorando. Esses monstros eram o experimento secreto de Kurotsuchi Taichou. Hollows de todos os tipos de Menos e Arancars reconstruídos em quimeras. O Comandante moveu toda a Brigada e conteve o ataque, apesar das baixas que houve.

Durante esses dias o 12º esquadrão teve seu capitão afastado até segunda ordem e o seu quartel quase destruído e congelado. Fato que espantou todos os shinigamis e atraíram curiosos. Prédios, ruas e torres. O complexo inteiro coberto por gelo e devastado. Claramente foi um campo de batalha e graças à Sociedade Feminina de Shinigamis, a cidade inteira soube o que aconteceu.

Pelo estado peculiar do quartel era óbvio que o Capitão Hitsugaya estava envolvido. A surpresa foi a shinigami que lutou ao seu lado. Ao seu lado, não de apoio. A irmã do Shinigami Daikou, Kurosaki Karin e Hitsugaya Taichou causaram o estrago no Centro de Desenvolvimento Tecnológico derrotando uma centena dos Hollows-Quimeras.

A manchete rendeu a primeira página do jornal (e dezenas de exemplares vendidos). Tanto pela batalha que ninguém percebeu como a imagem da noticia.

Parece que o Capitão do 10º bantai finalmente arranjou uma namorada.

HITSUGAYA POV

- SEU PIRRALHO DESGRAÇADO!!!

Pirralho desgraçado... Há um minuto não era velho?!

Saquei minha espada também e nossas zanpakutous se chocaram. O estrondo deslocando ar e levantando poeira.

Todos que estavam por perto gritaram assustados. Inclusive as três garotas que estavam atrás de mim. Mas minha atenção era focada em Kurosaki que me olhava de um jeito ainda lúcido. Isso me aliviou um pouco. Significava que não estava cego de raiva o bastante para querer me matar. (não que não fosse acontecer).

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?!!

Berrou na minha cara, forçando a zanpakutou. A poeira tinha baixado, mas nossas reiatsus não. O ar girava agitado a nossa volta. Levantando nossos kimonos e cabelos. Várias pessoas pararam para ver, logo se afastando ao perceberem quem estavam causando a confusão. Mesmo assim não ia adiantar. As lâminas tremiam. Uma forçando a outra e o ar também estremeceu. Meu poder espiritual reagindo à raiva. Mas não vou ceder. Eu não vou perder as estribeiras mesmo que esteja possesso com Kurosaki. Como continuei calado ele botou mais força na espada, os olhos vidrando de fúria.

- RESPONDE TOUSHIROU!!!

Estreitei os olhos. Babaca explosivo.

- Não é da sua conta.

- Nani?!

Ele os arregalou, chocado e aproveitei a surpresa.

Forcei sua espada para baixo e larguei uma mão do punho, jogando a zanpakutou enorme para cima junto com seu dono. Kurosaki fechou os olhos, atordoado e sem ação. Então saltei e dei um chute na sua barriga. O substituto voou para trás gritando até se chocar no telhado de uma varanda, desabando-a. A poeira e o estrondo assustando as pessoas por perto.

- Hitsugaya taichou!

Encarei de lado. Abarai me olhava agitado apesar da minha máscara fria de calma.

- Controle o seu amigo.

Ele engoliu em seco, mais nervoso. Pelo visto não consegui disfarçar a raiva.

- Mas senhor... É a irmã dele.

Agarrei o punho da zanpakutou, meus olhos estreitando.

- Pouco me importa.

O tenente pestanejou e então ouvimos um zunido, vindo perigosamente rápido. Abarai encarou acima, vendo o relâmpago de reitasu descendo na nossa direção. Ele ofegou enquanto que eu, apenas voltei os olhos para o Getsuga Tenshou. A meia lua se expandindo, o zunido cortando o ar. Exatamente o golpe de Karin com as zanpakutous unidas. Apesar da raiva entendi o que estava sentindo nesses dias que não a vi. Saudade.

Quando estava a poucos metros de atingir os telhados balancei a zanpakutou e uma rajada branca e fria explodiu criando névoa. As pessoas gritaram desesperadas cobrindo os rostos e vi de relance Abarai se proteger, a manga do kimono cobrindo os olhos. Ouvi o estrondo junto da rua tremendo sob meus pés, dissipando a rajada que criei. À minha frente, uma meia lua de gelo de uns três metros de altura estava cravada no chão. Atrás dela uma vala do caminho que abriu. As pessoas ofegaram, impressionadas com a escultura de gelo que em seguida se despedaçou.

Senti um deslocamento de ar atrás de mim e girei balançando a espada. Um tinir metálico e faíscas enquanto Kurosaki e eu saltávamos pra trás. Pelo seu olhar, agora ele realmente queria me matar.

- TOUSHIROU!!!!

Ele se inclinou em posição ataque e tomou um impulso, se atirando. O braço jogado pra trás, antes de me lançar novamente aquele relâmpago de reiatsu. Apertei os dentes ficando de lado. Esperando e me dizendo.

É o irmão dela. Tem todo o direito de me odiar. Mas não posso machuca-lo senão Karin vai ficar brava comigo.

No entanto, meu lado sensato estava perdendo. Antes que ele me lance o relâmpago vou congelá-lo. Kurosaki é forte como um Capitão, mas eu também sou. Vou lançar um dragão de gelo nele, parando essa luta sem sentido. Quem sabe não esfria a cabeça.

Ele inclinou a cabeça estreitando os olhos ao dizer.

- Gets...

- Hoero, ZABIMARU!!!

Pestanejamos surpresos enquanto um chicote com lâminas atravessava nosso caminho. Mirando em Kurosaki. Ele estalou a língua bloqueando o ataque, jogando as lâminas para os lados e acima. Abarai puxou de volta sua Shikai juntando-a naquela katana enorme e pousou entre nós. Ele abaixou a espada encarando Kurosaki que devolvia o olhar espumando.

- SAI DA FRENTE, RENJI!!!

Abarai ficou calado e Ichigo arquejou, sua reiatsu irradiando descontrolada. Ele sumiu aparecendo no alto e Abarai surgiu na sua frente, junto com ele. Ichigo arregalou os olhos supreso, sua espada levantada. Então Abarai o golpeou, fazendo-o bloquear e saltar pra trás recuando. Os dois ficando à minha frente de novo. Kurosaki só ficou mais possesso.

- SAI DA FRENTE, DROGA!!!

- Não.

Pelo seu tom estava sério. Ichigo segurou a espada com as duas mãos, estremecendo de fúria.

- Renji, sai do caminho ou vou abrir a força.

Abarai suspirou e nesse instante percebi que a rua ficou deserta. Apenas nós três estávamos aqui. Que escândalo. Quando isso acabar vou descobrir quem diabos colocou minha luta com Karin no jornal (e a imagem, seja lá qual for). Só complicou minha vida.

- Ichigo seja razoável e se acalme.

O olho do substituto tremeu.

- Me acalmar?! VOCÊ É SURDO, RENJI?!! – me encarou, cheio de ira – ESSE PIRRALHO SEDUZIU A KARIN!!! E AINDA DISSE QUE NÃO ERA DA MINHA CONTA!!!!

Agarrei com mais força minha zanpakutou. Tentando me controlar.

- Escute Abarai, Kurosaki. E então vamos conversar.

Ele me encarou debochado, apenas me irritando.

- Hã! Sobre o quê?

- Minha relação com sua irmã.

Kurosaki se entalou e vi que Abarai ficou mais tenso. Ficamos nos encarando uns segundos então seu rosto se assombreou.

- Não.

- Não o quê?

Agarrou mais firme o punho enrolado pela faixa branca.

- Não vai namorar com ela.

Engoli em seco, estremecendo. Isso estava ficando difícil. Manter a compostura enquanto sentia ganas de pular em Kurosaki. Ceder a raiva por esse sujeito querer me impedir de ficar com Karin não era correto. Apenas pioraria.

- Porque diz isso?

- Por vários motivos. Você é mais velho, mesmo que pareça um pirralho – então inclinou a cabeça – e não serve pra ela.

Kurosaki praticamente cuspiu as palavras.

Estreitei o olhar. A única coisa que alterou na minha expressão. Abarai olhou sobre o ombro, tentando entender por que eu estava quieto e claramente estranhando. Tive uma vaga noção enquanto encarava Kurosaki que o tenente era um dos únicos que sabiam que Karin tinha muita importância pra mim. Portanto, é claro que não vai ser um irmão explosivo e ciumento que irá me separar dela.

- Você entendeu errado, Kurosaki...

Levantei o braço com a zanpakutou devagar, encarando fundo nos olhos dele enquanto que devolvia o olhar, cheio de raiva. Abarai arregalou os olhos, entendendo. Em instantes o céu escureceu. Kurosaki estranhou um pouco e inclinei a cabeça, apontando com o braço esticado para o lado a zanpakutou. Ele se espantou quando soltei minha reiatsu, deixando-a vazar a ponto dos meus olhos mudarem de cor. Num prata luminoso.

- ... Não estou pedindo sua permissão.

O tenente se virou para mim chocado.

- Hitsugaya taichou! O senhor...

- Saia do caminho, Abarai. – ele ficou mais chocado e então invoquei as palavras que me segurei tanto para não dizer – Souten Ni Zase...

Abarai sumiu enquanto que Kurosaki arregalava os olhos. Uma corrente com uma meia lua de metal explodiu do punho da minha zanpakutou enquanto o ar esfriou em instantes. Levantei a espada, uma espiral de gelo explodindo e tomando a forma de um imenso dragão celeste.

- ... Hyourinmaru.

O dragão de gelo rugiu ao mesmo tempo que uma ventania soprou forte, girando ao meu redor. Pela visão periférica vi Abarai em cima de um telhado. Distante. Pelo visto ele entendeu que não devia mais se meter. Me firmei no lugar e joguei o braço em arco. O dragão serpenteante mergulhou escancarando a boca e rugindo.

Antes que o atingisse, Kurosaki sumiu no shumpo aparecendo acima. Apenas levantei a cabeça sentindo sua reiatsu aumentar ainda mais de repente. Ele esticou o braço para frente, empurrando o punho da zanpakutou contra o peito. Humpf. Sumi também o surpreendendo. De repente, apareci ao seu lado puxando a corrente que joguei no seu braço com a zanpakutou.

Ele encarou surpreso enquanto o mesmo congelava instantaneamente. O vento soprava forte aqui também. Tanto que sacudia meus cabelos e kimono. O substituto virou o rosto lentamente para mim. Chocado e enraivecido.

- Não vai liberar seu Bankai.

Puxei a corrente de uma vez soltando seu braço enquanto jogava o meu com a espada num arco. Ichigo mal teve tempo de preparar um golpe. O dragão explodiu do punho da minha espada, serpenteante e o atingindo em cheio. Os dois caíram num estrondo na rua vazia com o gelo estilhaçando. Levantando uma névoa fria e branca.

Foi apenas nesse instante que notei.

Os ventos que tomavam as ruas, o lugar onde estávamos, apareceram no instante que liberei a Shikai. Igual a Karin quando chamava You Ou.

HITSUGAYA POF

KARIN POV

Sakai ainda me encarava irritado, esfregando o nariz vermelho pela bola de jornal que atirei na sua cara quando senti.

De repente, enquanto fulminava esse nobre cheia de raiva e vergonha, algo dentro de mim se retorceu. Sugando. Meu folego sumiu por uns instantes e rápido pus uma mão no local. Na altura onde ficava meu diafragma. Pisquei confusa, olhando para o nada.

O que foi isso? Mal respirei de novo e a sensação voltou. Repuxando. Arquejei de agonia franzindo a testa. Foi forte demais.

- Tem noção do que fez, plebeia?!

Levantei a cabeça. Não foi Sakai. Ele ainda me encarava irritado e um pouco risonho (vai entender). Foi uma das amigas de Ruka. Uma garota de cabelo castanho que também me detestava. Segurei a onda de ânsia e me endireitei. A nobre levantou o queixo, perdendo um pouco a coragem.

- E o que você tem haver com isso, idiota?

Ela se entalou e escutei um risinho. Encarei de lado Sakai e vi o quanto estava se divertindo. Estúpido. Enquanto ainda me olhava franziu as sobrancelhas.

- Algo errado, pirralha? Você tá pálida.

Engoli em seco. Ainda estava com a mão no abdômen e ele reparou. Seus olhos abaixaram para ela e depois pro meu rosto. Parou de sorrir, passando a me encarar curioso.

- Não é da sua conta. E não me chame de pirralha.

Me virei emburrada e sumi no shumpo. Ignorando todos meus conselhos para poupar energia. Eu só queria sair dali. Enquanto corria, saltando os telhados das casas e quartéis senti outra vez o repuxo, mas agora duradouro e aumentando. Comecei a me assustar e corri mais rápido. Quando fiquei a uma quadra de onde ficavam os portões do quartel minha barriga passou a doer. Arquejei quase parando na beirada de um terraço, mas saltei de novo aparecendo numa área verde do esquadrão.

Numa rápida olhada percebi que não tinha ninguém aqui. O que achei bom. Amorteci a queda com reiatsu pousando curvada e minha visão embasou. Pisquei com força e aquela dor me encheu de agonia. Caminhei trôpega e lentamente até uma arvore e me virei encostando nela, arquejando. Fechei os olhos com força, um suor frio brotando da minha testa.

O que é isso? Parecia que apertavam meus órgãos, puxando e retorcendo. Escorreguei no tronco caindo sentada na grama e soltei um gemido. Fiquei de lado e abracei a barriga me encolhendo, esperando com todas as forças isso parar. Enquanto arquejava, engolindo os gemidos procurei me acalmar. Não entrar em pânico enquanto me sussurrava.

- Calma Karin. Isso vai passar. Vai passar, vai passar...

Puxei meus pés dobrando debaixo de mim e escutei ao longe os outros shinigamis trabalhando. Ninguém percebeu que eu estava aqui e também não tive coragem de levantar e pedir ajuda. A impressão que tinha era que se fizesse isso, se me desfizesse da bola encolhida que me enrosquei, desmaiaria e isso era algo que não queria. Não mesmo.

Então fiquei quieta. Esperando essa dor e agonia passar. Desejando que Toushirou estivesse aqui comigo.

KARIN POF

HITSUGAYA POV

Encarei a rua congelada. Para o local onde Kurosaki caiu quando lhe atirei o dragão e estranhei. Já havia passado uns minutos e ele ainda não havia saído debaixo do gelo. Franzi a testa. Esse golpe não foi tão forte. Não o teria derrubado desse jeito.

De repente, senti um calafrio. Olhei pra trás, espantado. Mas não havia ninguém. Que esquisito. Parecia que alguém estava me chamando...

- GETSUGA .... TENSHOOUUU !!!!

Droga!

Encarei de lado e o relâmpago de reiatsu zunindo na minha direção, despedaçando o gelo. Sumi no shumpo aparecendo mais abaixo, o vento girando furioso ao meu redor. Isso me distraiu um pouco. Porque ventava? Minha Shikai controla o clima, mas não os ventos. De repente, Kurosaki apareceu na minha frente, gritando. Sua zanpakutou desceu e bloqueei o golpe, o peso deslocando o ar, quebrando o chão em pedaços.

Ele girou a espada para baixo, forçando a minha e levantou de uma vez. Saltei para trás com a lâmina zunindo, quase me cortando ao meio. Estreitei o olhar e joguei o braço em arco. Espiral de gelo celeste explodiu do punho da minha espada criando o dragão. Kurosaki apontou a zanpakutou na sua frente e bloqueou o golpe, o dragão despedaçando enquanto mergulhava nele.

Antes de triturá-lo por inteiro senti um deslocamento de ar atrás de mim. Sumi aparecendo perto de um prédio e Kurosaki novamente surgiu na frente. Dessa vez não notei. Senti sua perna me acertando nas costelas, me atirando pra longe. Arquejei de dor e agarrei o ar, freando. Meu corpo se curvou tentando parar e levantei a cabeça, com mechas nos olhos. Segundos depois uma lâmina enorme zunia acima de mim. Rebati e tomei um impulso, travando os dentes. Kurosaki me atacou de novo e antes que chegasse perto, sumi.

Ele estancou no lugar e se virou para trás, tarde demais. Com a zanpakutou apontada na sua direção estreitei o olhar.

- Sen Nem... Hyourou.

- Na..

De olhos arregalados, encarou os oito pilares de gelo que brotaram em instantes ao seu redor. Girei a zanpakutou e os pilares giraram se fechando de uma vez em seu torno, num estrondo.

- Hitsugaya taichou!!!

Encarei atravessado à esquerda. Abarai surgindo a vários metros parado no ar. O choque claro em seu rosto enquanto encarava os pilares de gelo.

- O que senhor fez?!

Abaixei a espada, o olhando com tédio. O vento agora era uma brisa se contorcendo a nossa volta, principalmente em meu redor. O tenente se virou para mim, se entalando com meu olhar despreocupado.

- Está me criticando, Abarai?

Se boca abriu e fechou, sem dizer nada. Então tentou outra vez.

- Mas Ichigo pode...

- Eu duvido muito.

O cortei entediado e isso o fez parar. Se há algo que percebi nesses cinco anos é que Kurosaki dificilmente se deixa derrotar. Nesse instante o circulo dos pilares estremeceu num estrondo. Olhamos para ele e outro baque o estremeceu, vindo de dentro. Suspirei irritado. Estou me cansando disso.

- Tsk. Sujeito teimoso.

Senti que Abarai me olhou surpreso. Pouco me importei.

- Taichou?

Outro baque no circulo de pilares. O gelo trincando e soltando pedaços. Levantei a espada num giro, o dragão azul celeste explodindo o punho. O vento se circulou com força novamente, reagindo à minha reiatsu que se condensava outra vez.

- Se ele tentar me retalhar de novo vou realmente congel...

Arquejei arregalando os olhos. Minha voz sumindo de choque.

- Hitsugaya taichou?

Girei para trás ignorando o tenente. Os baques no gelo. E senti outra vez o calafrio. Arquejei mais em choque. Não estou imaginando coisas. Esse medo que eu sentia me varrer a espinha não era meu. Uma explosão às minhas costas me avisou que Kurosaki conseguiu destruir a prisão de gelo, os pedaços voando por todos os lados e o ar deslocando, açoitando minhas roupas. Mas não me importei. Meus olhos tremiam espantados.

- Karin...

Sussurrei sem perceber. Tem alguma coisa acontecendo com ela. Algo muito errado acontecendo!

- TOUSHIROU, SEU DESGRAÇADO!!!!

Movi o braço com a zanpakutou para trás. Ainda encarando o vazio. O dragão rugiu e escutei um estrondo. O ar deslocando com o vácuo do golpe. Senti uma reiatsu descontrolada vindo à esquerda e saltei no shumpo, levantando a espada, chocando-a com outra lâmina. O tinir e as faíscas me deram a vaga noção de Kurosaki, mas não o encarava. Olhava para os lados atordoado, arquejando e procurando.

- OLHE NA MINHA CARA, TEME!!!

O ignorei. Kurosaki rosnou de fúria e me atacou. Tentando encontrar uma abertura e me retalhar inteiro, mas eu golpeava mecanicamente. Os tinires soando alto junto do ar que se deslocava, agitado pelas nossas reiatsus e outra vez o calafrio de medo varreu minha espinha. Cruzei espadas com Kurosaki, rebatendo enquanto saltamos para trás. Olhei para os lados. Agoniado. Onde? Onde ela está? Esse sufoco já estava me deixando em pânico. De repente, senti sua reiatsu, mesmo nessa distância. Encarei a direção e percebi que ficava aonde era meu esquadrão. Claro.

- AAAAAHHHHHH!!!

Virei o rosto para Kurosaki e a raiva me inundou. Ele pulava em mim novamente, sua zanpakutou levantada e segura em suas mãos. Balancei a espada em arco, uma rajada branca e fria o atingindo em cheio. Ele parou o ataque e se firmou no lugar. Esperando pelo dragão de gelo. Estreitei os olhos. Não dessa vez. Com a mão livre reta e brilhando movi em linha reta para esquerda, depois desci em transversal e subi outra vez, unindo as linhas de luz ao ponto onde comecei. Nos três cantos do kidou uma trava de luz surgiu enquanto me virei de lado, o braço com zanpakutou abaixado enquanto o outro dobrado e levantado. A nevoa branca da rajada se dissipou e ao me ver Kurosaki arregalou os olhos, se entalando.

- Bakudou nº 30, Shitotsu Sansen.

As travas dispararam. As duas do canto acertando seus braços e a ultima seu tronco. Ele foi jogado para trás se chocando num prédio. O kidou o prendendo. Sumi no shumpo aparecendo em sua frente. Ao meu lado, Abarai. Ele nos olhava nervoso, mas calado. Ótimo. Não quero perder tempo discutindo com ele também.

- Controle-se, Kurosaki.

Ele fez uma carranca de raiva, seus olhos cheios de ira. Enquanto arquejava tentando se soltar rosnou possesso.

- Eu vou te matar.

Estreitei os olhos. Babaca explosivo.

- Abarai.

- Hai?

O tenente se espantou quando o chamei.

- Quando ele se acalmar, solte-o e continuem a rota do shinigami de Rose taichou.

Me virei, inclinando pra tomar impulso e sumir dali.

- Toushirou!!! Matte! Tá fugindo, covarde?!

Minha veia saltou de raiva e o encarei de lado. Kurosaki esperneava espumando.

- Tenho mais o que fazer Kurosaki - então virei o rosto na sua direção – E vou namorar sua irmã. Quer você goste ou não.

Ele arregalou os olhos pelo o que eu disse e desapareci. Eu pretendia conversar civilizadamente, explicar que minhas intenções eram sérias e que faria o que estiver ao meu alcance para o bem-estar de Karin. Contudo, tudo o que Kurosaki queria era me retalhar inteiro, na mais pura vontade em me matar. Ridiculo. Corri mais rápido que podia pelos telhados de Seireitei. Procurando me acalmar. Aquele calafrio... A sensação ainda me perturbava apesar de ter passado. Quando prendi Kurosaki no kidou desfiz minha shikai e aquele medo sumiu junto com o clamor mudo de alguém me chamando.

Saltei de um terraço mais uma vez e apareci nos portões do esquadrão. Os guardas me cumprimentaram e acenei mecanicamente guardando a zanpakutou na bainha. Ainda bem que não estava ferido do confronto com Ichigo, isso levantaria perguntas. Segui pelo caminho de cimento mal percebendo meus homens se curvarem. Estava procurando a reiatsu de Karin e ficando mais preocupado. Irradiava fraca demais. Andei quase pelo quartel inteiro até que a encontrei. Dando a volta num prédio entrei numa área verde e a vi sentada na grama, encostada numa árvore. Ofeguei e sumi aparecendo a meros passos dela.

Fiquei quieto por um momento, apenas observando. Aqui soprava uma brisa leve que sacudia as folhas nos galhos num farfalhar relaxante, diferente de como estava meu coração. Disparado. Dei um passo me aproximando mais e me agachei perto dela. Tomando o cuidado de não acordá-la. Sentada de lado e abraçada em si mesma, Karin dormia. Vê-la desse jeito causava uma sensação estranha em mim. Me acalmava, mas perturbava. Respirava cansado como se estivesse com falta de ar, mas me sentia bem, porque finalmente posso vê-la. Quase me esqueci daquele calafrio de medo e saí daquele contentamento reparando no real estado dela.

Um nervoso me tomou. A reiatsu... Estava mesmo fraca. Estiquei a mão e tirei umas mechas do seu rosto me perturbando mais. Estava pálido e suado. Pus o dorso na sua testa e relaxei um pouco. Não tinha febre, que bom. Mas mesmo assim, será que estava doente?

Nesse instante, seus olhos tremeram e abriram. Afastei a mão me apoiando num joelho. Ela piscou confusa, tentando lembrar onde estava então prendeu o folego, os olhos arregalados. Se virou para mim e colou as costas na arvore. Um leve rosado subiu pelo seu pescoço, tomando seu rosto. Curvei os lábios, um sentimento leve ao vê-la assim.

- Tou.. Taichou!

Como pode uma simples palavra estilhaçar meu humor? Parei de sorrir a encarando sério.

- Toushirou, Karin. É tão difícil dizer meu nome?

E na minha frente, quis completar. Mas fiquei calado. Era a primeira vez que nos víamos em dias e uma discussão não é o melhor modo de começar as coisas. Ela se ajeitou na grama, sentando mais ereta e engolindo em seco. Pelo modo que me olhou estava um pouco brava. Suspirei me sentando também.

- Gomen, Capitão. Mas não posso chamar o senhor pelo nome, os outros iam estranhar.

Fechei os olhos por um momento e encarei o resto da área verde, olhando uma arvore sem ver.

- Não tem ninguém aqui e até porque isso não importa mais.

- O que?

A encarei de lado, vendo-a confusa e expliquei em duas palavras. Com certeza ela já viu.

- O jornal.

Ao ouvir seu rosto tingiu de vermelho e arregalou os olhos. Suas mãos agarraram o tecido da calça enquanto a encarava cheia de vergonha. Eu também sentia, mas a raiva era maior. Quando descobrir quem fez isso...

- Porque colocaram Toushirou? Alias quem fez isso? Nem pediram pra gente e agora a cidade inteira...

Parou indignada e suspirando. Sorri um pouco. Ela disse meu nome. Já é um bom começo, então aproveitei o momento para dizer.

- Estive há pouco com seu irmão.

Levantou a cabeça.

- Com o Ichi nii?

- Ele viu a manchete e reagiu da pior maneira.

Karin engoliu em seco, mais nervosa.

- Ele tentou te matar, não tentou?

Fiquei quieto, mas não sei porque a preocupação dela me fez querer rir. Como não disse nada, Karin entendeu.

- Ai não. Eu disse pra você.

Soltei o riso e ela se irritou, o que só me divertiu mais.

- Para. Isso não tem graça.

Tomei fôlego parando de rir e me inclinei para ela. De imediato sua raiva sumiu e um tom rosado tomou seu rosto.

- Tem razão. Não é engraçado.

- O..o..o que tá fazendo?

Quase ri e me inclinei mais fazendo Karin se encostar no tronco. Com nós dois sentados perto um do outro eu não resisti. Foram seis dias longe dela. Sem tê-la perto, sem vê-la e sem sentir. Com nossos rostos a centímetros encarei seus olhos e eles brilhavam. Karin começou a ofegar e o hálito morno me deixava tonto. Baixei o olhar, direto para sua boca entreaberta e minha ânsia aumentou. Curvei a cabeça quase fechando os olhos e ela deu pulo. Sua mão empurrando meu peito, tentando me afastar.

- Toush...

- Shss.

Segurei seu pulso, abaixando e tirando do caminho enquanto encaixei a boca na dela, suspirando de deleite ao prender seu lábio inferior entre os meus. Morna e macia. Como senti falta disso. Me inclinei mais, a beijando devagar e gemendo. Karin estremecia resistindo. Quase ri e comecei a mordiscar, tentando-a. A brisa que soprava balançou nossos kimonos e junto ao farfalhar das folhas aumentou a sensação deleite. Levantei a mão livre e segurei sua nuca, a puxando pra mim. Karin soltou um gemido fraco e minha ânsia aumentou. Arquejando deslizei a língua pra dentro da sua boca, abrindo mais lábios e aprofundei o beijo. Ela ofegou forte e agarrou na aba do meu haori, me puxando e me beijando de volta. Desde aquele dia sentia um desejo irracional de afundar os dedos em seus cabelos. Por isso, sutil mas rápido, puxei a ponta da fita do lado esquerdo. Ouvi um resmungo de protesto e ela tentou me empurrar outra vez com a mão livre. Sorri na sua boca e segurei o outro pulso, junto do direito. Me afastando um pouco puxei a outra fita também. Karin interrompeu o beijo me olhando com raiva.

- Porque fez isso?!

Ofeguei me divertindo. Os olhos grandes tão perto dos meus. O prazer que senti ao vê-la assim, brava, só me fez querer beijá-la mais e não parar.

- Não gosto dos seus cabelos presos.

Então colei a boca na sua, ofegando ao encaixá-la na minha e deslizando a língua outra vez. Sorvendo e provando. Ela arquejou surpresa com isso e gemi de prazer. Eu sei que mal começamos e namorar alguém devia ser aos poucos, não é? Não ir com tanto afoito, conhecer mais a pessoa até a confiança ser mutua. No entanto, parecia que eu esperei demais. Até me surpreendi a beijando assim. Acho que me segurei esses anos todos sem perceber até quando não aguentei mais. Me embriagar por sua causa e roubar um beijo seu foi o primeiro passo dessa loucura.

E não me arrependo disso.

Era tão bom, tão gostoso que demorei em perceber algo estranho. Parei de imediato, mas não me mexi. Karin ofegou confusa.

- O que?!

Estreitei o olhar ignorando-a. Sentindo os pelos em minha nuca se eriçarem. Levei uns segundos para entender então a encarei. Karin estranhou meu olhar chocado.

- O que foi?

Não respondi, sumi aparecendo no telhado de um prédio ali perto, minha mão quase sacando a zanpakutou.

- Dare ka?! ( ‘quem está aí?’)

Estreitei o olhar, mirando em volta, mas a minha frente e lados apenas as telhas de barro e o céu azul. Esperei mais um pouco e tudo o que tive foi o vento soprando no meu rosto. Não estava assim. Há uns segundos tinha alguém aqui. Guardei a espada ainda tenso... E detesto admitir, preocupado. Senti uma reiatsu fraca, agitada e suspirando apareci ao lado dela. Tentei me acalmar e guardei distraído suas fitas no bolso da calça. Karin me olhava nervosa.

- O que foi? Viu alguém?

- Não.

Pisquei pensativo e a encarei. A preocupação aumentou e por dois motivos.

1º - Quem ou o quê nos observava não era um soldado meu. Nunca senti tal reiatsu antes.

2º - Esse alguém tinha os olhos cravados em Karin.

A maneira como a olhava foi o que me perturbou. Era selvagem e cheio de cobiça.

HITSUGAYA POF

KARIN POV

- Ah... Toushirou. Qual o problema?

Ele não me respondeu. Apenas continuou me encarando. De olhos baixos e sério suspirou me deixando mais nervosa. O que foi que ele viu? Porque tenho certeza que viu alguma coisa e estava me escondendo. Abri a boca para insistir no assunto quando ouvi um tilintar. Olhamos para o lado e uma borboleta negra voava até Toushirou. Ele levantou a mão e a borboleta pousou nos seus dedos. Eu sei o que significa. Era uma mensagem vinda ou da Central 46 ou do 1º esquadrão. Eu ouviria também se ela estivesse pairando na sua frente, mas como pousou na mão dele, apenas Toushirou escutava. Ele piscou um pouco surpreso e depois a borboleta foi embora.

- Era importante?

Me encarou de lado, sem dizer nada e quis me chutar. Idiota, claro que era. Ele se virou e inclinou o corpo, pelo visto era urgente mesmo.

- Tenho que ir.

- Tá.

Baixei os ombros amuada. Foi muito pouco. Só nos vimos hoje e ele já iria embora, cumprir suas obrigações. Antes de sumir no shumpo seu rosto se virou um pouco, sem me olhar.

- Karin.

- Hai?

Esperei, mas Toushirou apenas olhou para frente de novo.

- Nada.

- Hei! As minhas...

Não me ouviu. Sumiu deslocando um pouco o ar me deixando irritada.

- As minhas fitas.

Suspirei fechando as mãos em punho. Depois de encarar uns segundos o lugar onde estava me virei na direção do caminho de cimento (ele se estendia e cruzava entre os prédios do esquadrão) Enquanto andava nele apertei os dentes, emburrando. Meus cabelos soltos balançando com meu andar duro e chamando atenção. Humpf. Toushirou agora ficou com a mania de roubar minhas fitas. Com essa foi a terceira vez. Contando com as que tinha em casa, só me sobravam agora mais um par. Suspirei de novo.

Porque ele fazia isso? Ele sabe que detesto e ainda por cima se divertia. Eu vi o quanto gostou quando me irritei. Que droga, vou ter que comprar mais amanhã. Pode não parecer, mas elas são meio dificieis de achar. Quase não encontrei da ultima vez. Enquanto andava minha raiva baixou um pouco e lembrei de agora pouco, quando acordei.

Aquela dor e agonia de repente haviam sumido. Isso tinha me deixado tão aliviada e exausta que acabei dormindo. Foi tão esquisito e quando senti mexerem no meu cabelo acordei. De primeiro me esqueci onde estava e depois percebi alguém perto de mim. Tamanha a minha surpresa quando reconheci o poder espiritual e me revirei. Toushirou sorria calmo para mim e me olhava de um jeito que desorientou minha mente. Era terno e quente. E estraguei quando o chamei de Taichou. Poxa, saiu sem querer. E pra piorar me esqueci de lhe perguntar sobre seus sentimentos.

Na verdade já sabia, mas faz tanta diferença em ouvir. E outra coisa. Ele disse que se encontrou com Ichi-nii. Franzi a testa mais pensativa e cruzando os braços. Dobrando mecanicamente uma esquina e os shinigamis que passavam por mim estranharam meus cabelos soltos. Não liguei, estava pensando no que me falou. Será que foi pedir permissão ao Ichi-nii? Um calor subiu no meu rosto. Acho que foi. Não, foi isso mesmo. Afinal ele me disse que falaria com meu irmão, sobre sermos um casal agora. Sorri um pouco, me sentindo boba e revigorada da fraqueza estranha.

Apesar do Ichigo ter tentado matá-lo (Só Kami sabe como foi seu ataque) Toushirou não desistiu de mim. Meu rosto ficou mais quente. Puxa vida, que beijo. Foi de um jeito tão ansioso que duvidei se era ele mesmo. Toushirou parecia faminto, me espantando e tirando meu ar. Pena que parou quando sentiu sabe lá o que e aquela borboleta apareceu. Agora sabe quando vamos nos ver outra vez.

De repente, bati em alguém. Tão forte que quase caí pra trás se a pessoa não tivesse me segurado.

- Itaiii!

- Ah, gomem. A culpa foi minha.

Levantei a cabeça e pestanejei. Sorrindo sem graça pra mim, um cara alto de cabelos azuis e olhos verdes me firmava no lugar. Pisquei, me sentindo um pouco nostálgica. Acho que já o vi em algum lugar...

- Daijoubu-ka?

- Hai.

Franzi as sobrancelhas. Eu conheço ele, mas de onde?

- Quem é você? Nunca te vi por aqui.

Se endireitando, o cara curvou os lábios num sorriso amistoso. Senti um arrepio incomodo na espinha.

- Pode me chamar de Shuren. Acabei de voltar de uma missão, talvez por isso não viu pelo quartel.

Então virou o rosto um pouco, estreitando o olhar.

- Falando nisso, você me parece com alguém.

Levantei a sobrancelhas, esquecendo o calafrio e Shuren estalou os dedos.

- Claro. É a namorada do Capitão.

Me entalei arregalando os olhos. Shuren riu disso e fechei a cara.

- Não tem graça.

- Mas você é a namorada dele, não é?

Encarei o vazio, prendendo umas mechas teimosas atrás da orelha.

- Pode-se dizer que sim.

Passei por ele pensativa e isso o fez estranhar. Shuren deu meia volta e me acompanhou. Percebi que ele me olhava confuso. Não o culpo, eu mesma me sentia assim.

- Algo errado?

Fiquei calada.

- Tudo bem se não quer falar.

- Não, não é isso.

Suspirei. Preciso falar pra alguém. Mesmo que seja esse estranho.

- O que você faria quando se apaixonasse por alguém?

- Como assim? Se eu tomaria iniciativa?

Estranhei seu jeito de falar. Mas não dei importância. Aqui em Soul Society várias almas vieram pra cá de diferentes épocas.

- É.

Shuren ficou quieto pensando e entramos na área do refeitório e os alojamentos. A grande passarela que ligava os prédios distante a poucos metros.

- Me confessaria para a garota. Acho. Depois perguntaria se quer compromisso comigo. Namorar...

Riu sozinho achando graça do que pensou e fiquei mais amuada. Shuren percebeu e me olhou preocupado.

- Disse algo errado?

- Não. Eu realmente tava curiosa. Valeu pela opinião.

Corri até a passarela enquanto ouvi seu “de nada” às minhas costas. Enquanto a atravessava, suspirei. Toushirou não fez nada disso e parece que nem se incomoda em fazer. Entrei no alojamento, ignorando os olhares curiosos e os cochichos. Só quero que ele me pergunte e responderia que sim. Eu sonhei tanto quando um cara me faria isso (secretamente e negando pra Yuzu), mas parece que o cara em questão nem pensa nisso.

Droga.

KARIN POF

Continua...

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