Sinopse:
Um último olhar, um último toque, um último adeus. Era tudo o que precisava antes de partir. Era tarde demais para mudar o que aconteceu. Mas ainda estava a tempo de remediar o presente, de dizer o que sentia pelo menos uma vez.
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Capítulo Único- Kokoro ("Coração")
Esta é uma interpretação minha deste trágico momento. Estes dois merecem ficar juntos!
Aconselho a ouvirem esta música enquanto lêem: https://www.youtube.com/watch?v=Gz5DkZJm3ZU
"O que é isso? Se eu abrisse o teu peito o veria? Seu abrisse o teu crânio o veria? Humanos dizem essa palavra com tanta felicidade, como se…"
"- Logo agora que me interessei em pessoas como tu."
Os olhos melancólicos, de um verde puro, perfuravam os olhos acinzentados da ruiva como se perfurasse a alma da mesma. Ele queria decifrar aquela mulher que despertou algo a mais nele, algo que ele nem sabia que tinha. Mas o tempo tinha acabado. O fim chegou e isso era inevitável. Ulquiorra aceitou o seu destino, mas antes precisava de saber, de ouvir uma última vez.
"- Tens medo de mim, mulher?"
Orihime sentia ser puxada para um abismo, absorvida naquela escuridão que a envolvia. Presenciava o espada desaparecer lentamente, uma tortura para os dois, principalmente para ela. Pressentiu o desespero contido na pergunta, a ânsia pela resposta. Decidiu ser sincera, mesmo que fosse o maior erro que cometesse na sua curta existência.
"- Não tenho medo."
Alguém sussurrava o meu nome atrás de mim, mas eu não queria saber. Não queria ouvir, não queria ser salva, não queria a absolvição dos meus pecados. Queria entender a dor, o sofrimento, o arrependimento sem qualquer amparo. Quero compreender a escuridão, sentir o que seus olhos esmeralda transmitiram no seu último suspiro. Assistia a mão pálida estendida em sua direcção… E sofria em silêncio, não queria dizer adeus. Ele a fez indignar coisas que ela nunca pensou questionar. O espada insensível a fez perceber que ela não queria ser protegida mas proteger, que ela queria mudar a situação em que se encontravam, assim como ele a mudou.
"-Entendo."
Ulquiorra não ficou surpreso com a declaração da jovem. Seu braço foi esmorecendo, conformado. Aquilo que precisava de saber, já o sabia. Tudo estava concluído. Observava os olhos da ruiva lacrimejados, lágrimas por ele, o inimigo. Reparou no seu olhar sincero, carregado de sentimento, e compreendeu. Ela era a sua mulher. Ela não amava o substituto de shinigami, e sim a ele. Sentiu um calor preencher o que restava do seu corpo em pedaços, ele a amava e podia sentir que ela correspondia. Porque tão tarde?
"- O que está na palma da minha mão…
Eu posso ter sido o teu carrasco no início, mas não depois. Só me resta pedir perdão por não ter compreendido antes: nem tudo que existe pode ser visto com os olhos. Ele fez mais força para que a sua mão a alcançasse.
…Era o coração."
E por um breve segundo, sentiu o roçar entre os seus dedos com os dela, uma deliciosa carícia. Após o sucinto toque, a sua mão desfez-se em mil pedaços. Esse foi o seu último gesto, ele entregou-lhe o seu coração e ela o aceitou sem hesitar. Permitiu que uma leve curva forma-se no seu rosto, estava tranquilo. Sabia que o seu coração estaria seguro.
“…o tivessem em suas mãos.”
Nós poderíamos ter cinco vidas.
Assim, poderíamos nascer em cinco cidades diferentes,
Comer outras cinco coisas diferentes,
Ter cinco empregos diferentes,
E também poderíamos…
Amar cinco vezes a mesma pessoa.
Eu tenho certeza que… Em cinco vidas, eu teria apenas um amor. E ele serias tu… Ulquiorra Shiffer.