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 A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII

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charlote-chan
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A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII Empty
MensagemAssunto: A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII   A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII Icon_minitimeSex 18 Jul 2014 - 20:35


Rivais

A gueixa de bigode foi notícia em toda a Seireitei. Um grupo liderado por Maradame Ikkaku e Ayasegawa Yumichika todos os dias perseguiam Umesada Toshimori até pegá-lo e vesti-lo de gueixa. Começavam o desfile com direito à flores de cerejeira, litreira e cutucadas no traseiro (cortesia de Ikkaku). Um método bem eficiente de fazer a "gueixa" colaborar.

KARIN POV

Estava no meio da semana da aposta e ainda era motivo de risos. Afinal, havia gente que não conseguiu ver o famoso "desfile". Na hora do jantar do terceiro dia Kuukaku, Ganju e seus "capangas" se rolavam de rir. Hoje eles viram o desfile que passou bem na divisa das cidades de Seireitei e Rukongai. Verdade seja dita, o ego machista daquele grosseirão minguou no meio de tantas gargalhadas e ainda faltavam quatro dias.

- Vo vo você viu aquela peruca?

Ganju mal conseguia falar. Seu queixo estava ocupado tremendo de rir. O amigo loiro dele dava tapas nas pernas, mal se aguentando também.

- Não. As roupas! Onde arranjaram aquelas roupas?

Estávamos todos sentados numa roda comendo um peixe com legumes e arroz, o molho estava uma delicia, não que a gente estivesse aproveitando. Kuukaku sentada de frente pra mim tentava a todo custo parar de rir, mas era um impossível. A cada comentário desses cinco soltava uma risada. Se virando pra mim, ela respirou fundo antes de falar.

- Garota. De onde tirou essa ideia?

Ela sabia da aposta. Dei de ombros segurando uma tigela de arroz numa mão e os hashi na outra.

- Eu sei lá. Me veio na cabeça quando aquele imbecil queria que fosse sua empregada.

- Nada mal.

Seguramos os lábios, mas novamente rimos. Foi o jantar mais divertido que tive em... Bom, desde que perdi a minha mãe.

////////////////////////////////////////////////////////////

No dia seguinte enquanto ia pra Academia com o shunpo (fazia parte do treinamento) me lembrei sem querer daquela garota, a "amiga" de infância do Toushirou. O sorriso dela, aquele jeito de menina e Argh... a pegada na mão dele me irritavam demais. Tanto que mal percebi que apareci no pátio gigante da Academia. Nesses três dias, ela não veio mais no esquadrão, o que eu agradecia a Kami, mas ainda estava cismada.

Porque me incomodava? Era pelo jeito deles? Pelo fato de se conhecerem há MAIS tempo que eu e Toushirou? Ou porque o apelido Shirou-chan gritava nos meus ouvidos?

Shirou-chan.

Quem em sã consciência chama alguém de Shirou-chan?! Tá, o cabelo dele é branco e devia ser mais baixo na época, mas... Ainda chamar o cara por branquinho?Tenha dó!

Suspirei. Estou me irritando de novo e sem motivo. Entrei na minha sala e segui pra minha fileira, subindo os degraus até o lugar onde sentava. Estava retirando os textos da mochila quando senti um arrepio. Alguém me encarava. Levantei a cabeça e me inclinei pra trás.

- Sakai?

De pé na fileira debaixo, ele continuou me encarando, dando um sorriso que bem, eu só o tinha visto mostrar pra barbie.

- Veio cedo, Kurosaki.

Me ajeitei na cadeira. Que susto. O ignorei dando atenção pro que estava fazendo.

- Pois é. Os plebeus também levantam cedo.

Esperei uma resposta sarcástica, um risinho debochado, mas invés disso ele se inclinou na minha mesa. Encarei sem acreditar nas suas mãos apoiadas nela.

- A língua afiada como sempre. Não devia ser assim. Garotas bonitas como você têm que ser mais delicadas.

Levantei os olhos. Seu rosto estava muito perto do meu. Essa proximidade me dava mal estar. Porque raios Sakai me olhava desse jeito?

- Tá perdendo seu tempo. Devia usar essa lábia com a barbie, aposto que vai gostar.

Ele sorriu me incomodando mais ainda.

- Você é boa de apostas, não é?

Estreitei os olhos.

- Do que está falando?

Se endireitando, mas perto o suficiente de mim, Sakai se encostou na minha mesa cruzando os braços.

- Não se faça de burra. Estou falando sobre aquele desfile ridículo.

Arregalei os olhos e vendo, ele gostou.

- Aquele shinigami só está se prestando à essa piada porque perdeu a aposta pra você.

- Co como sabe disso?

Ele revirou os olhos.

- Sou de uma família nobre, esqueceu? Os boatos sobre uma garota do 10º bantai num duelo com um oficial chegaram a mansão dos Sakai. Falando nisso, bela luta. Aquele vento maldito desorientou todos os meus guardas-costas.

Perdi a voz. Sakai assistiu. Ele viu aquilo. Me encarando de novo se deliciou com minha expressão chocada. A sala a essa altura se enchia de alunos e sem surpresa escutei uma voz indignada.

- Kabuto! O que tá fazendo com essa plebeia?

Ele não se virou pra barbie, continuou me olhando até dar meia volta indo sentar no seu lugar.

- Nada.

Balancei a cabeça. Ao meu lado, Sagashi que tinha assistido tudo, tão chocado quanto eu se curvou sussurrando.

- O que foi isso?

Olhei pra ele.

- Eu sei lá.

KARIN POF

HITSUGAYA POV

Nesses três dias que passaram, chamei todos os oficiais ao meu gabinete e depois de infindáveis interrogatórios, ainda não descobri quem permitiu que Kurosaki participasse do duelo. Estava estressado. Meu pescoço cheio de tensão por que não consegui encontrar o culpado. Matsumoto me olhava cautelosa à um canto do cômodo, mas ela também queria saber. Foi uma violação de hierarquia simplesmente por ninguém ter me avisado.

- Taichou.

Ela me chamou. Estava em pé de frente a minha mesa.

- O que foi Matsumoto?

- O senhor não faz alguma ideia de quem seja?

A encarei. Sua expressão indignada igual quanto contei o que houve.

- Claro que sim, mas preciso de provas.

Me levantei olhando para a janela. Só me restava uma opção. Me voltei andando até a porta atraindo a atenção dela.

- Capitão?

- Vou sair. Fique no esquadrão até eu voltar.

Matsumoto me seguiu, me acompanhando no corredor.

- Aonde vai, senhor?

- Ao nono bantai.

Ela parou no hall. Com certeza espantada, mas não havia outro jeito. Até porque, pretendia dizer umas coisas para Umesada.

/////////////////////////////////////////////////////////////

- Entendo. Vou mandar que chamem o vigéssimo posto.

Murugama Kensei, o capitão do 9º esquadrão tinha escutado paciente meus motivos e estava de pleno acordo. Ele foi até a porta e chamou seu tenente, Hisagi para convocar Umesada, Ele obedeceu sem pestanejar e ficamos esperando por meia hora até que bateram na porta.

- Entre.

- O senhor me chamou, Capitão?

O cretino perguntou deslizando a porta e entrando no gabinete. Ele se aproximou de onde estávamos estranhando minha presença.

- O Capitão Hitsugaya quer falar com você.

Ele se virou surpreso pra mim, mas teve a petulância de me encarar de alto estufando o peito, o que fez minhas veias saltarem de raiva.

- E sobre o que o Capitão do 10º bantai que falar comigo?

- É muito simples. Quero que me diga à quem dos meus oficiais pediu permissão pra o duelo.

Umesada pestanejou e suspirou de raiva. Esse sujeito não tem a menor noção das coisas.

- Ainda sobre aquela maldita luta?!

- Umesada!

Kensei chamou sua atenção. Eu estava numa máscara fria de calma.

- Perdão, capitão - se virou para mim, fingido - Hitsugaya taichou, eu não faço a mínima ideia do que está falando.

Dessa vez Kensei se levantou da mesa. Visivelmente irritado.

- Como não faz ideia? Você é um soldado da Brigada há 30 anos. Conhece as regras de duelo!

Umesada encolheu os ombros como se desculpasse e estreitei os olhos.

- Nos deixe à sós.

O sujeito arregalou os olhos pra mim, depois encarou seu Capitão que o ignorava.

- Senhor?

- Tem certeza?

Kensei me olhava analisando. Continuei encarando Umesada.

- Claro. Só vai levar vinte minutos.

Ele assentiu e saiu do gabinete. Umesada assistiu incrédulo até Kensei fechar a porta, então se voltou pra mim.

- Vou perguntar de novo. Quem foi o oficial que deu a permissão?

Como imaginava esse imbecil soltou um riso de escárnio. Perdendo todo o respeito comigo.

- Porque? Vai castigá-lo por deixar aquela pirralha lutar?

Suspirei controlando em vão a raiva.

- Isso não é da sua conta.

Para enfatizar soltei um pouco minha reiatsu. O suficiente pra fazê-lo entender com quem estava falando. O sorriso sumiu junto com a pose de superior.

- Diga de uma vez, Umesada. É uma ordem de um dos treze capitães do Gotei.

Algo no meu rosto ou simplesmente pelo meu tom o convenceu. Seus olhos tremiam assustados.

- Mayumi Kanato, senhor.

Ao ouvir o nome confirmei minhas suspeitas.

- Não foi tão difícil, foi?

Ele suava frio. Se curvando, falou.

- Com sua licença, capitão. Vou me retir....

- Ainda não acabei.

Umesada se endireitou assustado. Fui andando até ele.

- A fama que tem de incomodar e maltratar as mulheres é uma desgraça e vergonha pra todo shinigami.

Seu queixo caiu.

- Desgraça e Vergonha?! Quem é você, mole...

- CALE A BOCA!

Ele se entalou arregalando os olhos. Parei do seu lado sem encará-lo e percebi que estava tremendo. A pressão da minha reiatsu nessa distância era forte demais para ele.

- Se está pensando em vingança ou qualquer coisa do tipo contra a garota do meu esquadrão, esqueça agora. Porque se eu souber, se chegar aos meus ouvidos que a machucou de novo... Eu te mato.

Saí do gabinete deixando Umesada atônito. Pouco me importava com o que acabei de fazer. O cretino tinha era muita sorte que só o ameacei.

HITSUGAYA POF

KARIN POV

Durante as aulas percebi que a mudança súbita de Sakai era mais do que falar comigo. Ele de vez um quando me perguntava algo, principalmente nas aulas de kidou e isso atraiu a atenção de todos, inclusive da barbie que não acreditava no que estava vendo. Muito menos eu. Quando respondi fui seca e atrevida. Língua afiada, como o cínico disse. Mas eu sabia que tinha coisa aí. Não pelo fato da luta que tive com Umesada. O que será que esse nobre metido tava tramando?

- Para a próxima aula, quero que executem um Bakudou de nível 60.

Fácil, pensei. Mais todo mundo reclamou o que fez o sensei bater o apagador num estalo na mesa de madeira. O som agudo ecoou calando os alunos.

- E quero que façam duplas. Sem discursão. Dispensados.

A maioria se levantou procurando seu parceiro. Apoiei o queixo na mão, me divertindo ao ver o grupo da barbie angustiado. Nenhuma delas sequer conseguiu produzir um Shakkahou. Quando a loura tentou a bola de reiatsu explodiu na sua cara, queimando seus cabelos. É por esse motivo que estavam curtos. Bem, o professor disse que tinha que ser de dupla. Quem será que pegaria como parceiro?

- Kurosaki?

Olhei pro lado. Sagashi parecia nervoso. Ah, é isso. Vou chamar ele.

- Você podia fazer dupla, comigo?

Sorri pra ele, mas antes que abrisse a boca alguém disse na fileira debaixo.

- Claro que não, plebeu. Ela vai ser a minha parceira.

Virei para Sakai. Ele encarava de cima Sagashi, só porque sua família tinha uma ramificação pequena.

- Tá de brincadeira, né?

Sakai sorriu pra mim, o que me fez franzir as sobrancelhas.

- Estou falando sério. Seremos parceiros.

- Esquece, babaca.

Chocado ele assistiu enquanto joguei minhas coisas na mochila e me levantei. Ao descer os degraus percebi muitos olhos me encararem espantados. Fala sério. Eu faço trabalho com quem eu quiser. Saí da sala deixando uma confusão pra trás. Mas tinha que me apressar. Toushirou só me deu três dias de folga pra me recuperar por completo. Hoje voltaríamos a treinar. Já estava no campus quando alguém apareceu na minha frente, me assustando por um segundo até ver quem era.

- Achei que tinha deixado bem claro, Sakai. Dá licença.

Tentei passar por ele, mas me barrou. Suspirei levantando a cabeça. Sakai era muito bom em shunpo. Mas tinhas horas que era irritante, como agora.

- Calma, não é bem assim. Você me deu um fora.

Deu um risinho sem graça.

- E daí? Acontece. Sai da frente.

Tentei de novo e o cara me bloqueou o caminho. Estávamos começando a atrair gente. Levantando as mãos ele tentou se explicar. Atá, como se fosse ajudar.

- Veja bem, Kurosaki. Eu preciso passar nesse trabalho. Então achei que não teria problema se...

- Espera aí. Tá me pedindo ajuda?

Ele me encarou euforico.

- Isso. Você vai me ajudar, não vai?

Parei pra pensar. Tinha que estar em meia hora no esquadrão e já perdi uns dez minutos com esse metido. Sakai era excelente em Hohou, o significa que é muito mais rápido que eu. Se tentasse o shunpo pra escapar, o sacana me alcançaria. Suspirei derrotada. Vou me arrepender disso.

- Tá. Faço dupla com você. Agora tenho que ir.

- Claro.

Se afastou, mas antes que eu estivesse longe, ele gritou.

- Amanhã a gente se vê.

Nem olhei para trás. Sumi no shunpo indo pro esquadrão. Com certeza eu vou me arrepender por isso.

/////////////////////////////////////////////////////////////////

Ao chegar no 10º bantai fui direto ao alojamento, para trocar de roupa. Enquanto estava num quarto, ouvi atrás da porta o que diziam nos corredores.

- Transferido.

- Sério. Achei que seria expulso. Também Mayumi queria o que? Passar por cima do Capitão por aquele gorila do Umesada foi estupidez.

- É verdade. Soube que vai pro 11º esquadrão.

O outro cara riu.

- Ele tá perdido. Zaraki Kenpachi é um monstro. Sem falar daqueles dois.

Continuaram rindo acabando a conversa. Saí do quarto confusa. Senão me engano esse foi o cara que implorei pra me ajudar naquele dia. Mas concordou com o duelo. Também sorri indo pro escritório do Toushirou, ele tá mesmo perdido naquele esquadrão de malucos.

Enquanto seguia o caminho de cimento, pensava em como seria o treinamento de hoje. Será que o Toushirou pegaria mais pesado? Afinal, ele viu minha Shikai. Senti um frio na espinha com a ideia que me passou. Ele, ele não vai liberar a Shikai da zanpakutou dele, vai? A Hyourinmaru era poderosa. Eu vi duas vezes ela congelar num toque da lâmina e corrente do cabo, a ponto de despedaçar. Imagine um golpe?

Sacudi a cabeça. Não adianta me preocupar. Continuei o caminho até dobrar numa esquina e um prédio de varanda e pilares verdes aparecer. Segui direto, subindo os degraus e entrando no escritório. Ao entrar no gabinete congelei com o que vi. A tal Hinamori estava aqui! Ela conversava alegremente com Rangiku alheia a mim. Com o barulho Toushirou e a ruiva se viraram, fazendo ela finalmente me perceber.

- Karin-chan! Já estava com saudades.

Ela se aproximou junto com Toushirou que estava sério, a olhando atravessado.

- Foram apenas três dias, Matsumoto. Não seja exagerada.

- Taichou, ela ficava apenas poucas horas aqui e o senhor a dispensava antes que eu a visse.

Toushirou bufou.

- Mesmo assim não é o suficiente para sentir saudades.

Porque quando ele disse isso, senti uma dor fina no peito? Hinamori claro, aproveitou para entrar na conversa.

- Rangiku-san é assim mesmo - se virando pra mim - Como está? Já melhorou um pouco?

Vendo o sorriso dela descobri como eu detesto. Mas curvei os lábios em resposta.

- Claro. Eu estou cem por cento bem.

Hinamori deu um risinho. Ela percebeu que não engoli suas perguntas idiotas? Toushirou nesse momento me tirou dos pensamentos.

- É bom saber disso.

Engoli em seco. Ai não. Hinamori então fez a mesma coisa do outro dia, só que dessa vez o segurou pelo braço.

- Shirou-chan, já que tem tempo livre porque não vamos dar um passeio em Jiyunrinan? Faz tempo que não vamos até lá. (Jiyunrinan é o bairro onde os dois moravam)

O QUE? O que essa falsa, vaca intrometida PENSA que tá fazendo?!!!

Toushirou como antes não fez nada, exceto encarar essa garota. Percebi vagamente Rangiku me olhar espantada. Eu to nem aí.

- Vamos, Shirou-chan. Por favor.

Ela balançou seu braço dengosa. Ah, vou tomar uma atitude. Tipo, arrancar a tapas e murros essa vaca dele.

- Não Hinamori. Hoje, vou treinar Kurosaki.

Toushirou tirou sua mão e pra minha satisfação se virou indo pra porta, ignorando sua cara chocada. Quase gritei, se não fosse que pegaria muito mal pra situação. Segui a atrás dele evitando sorrir. E fracassando. Toushirou percebeu isso.

- Qual é a graça?

- Ah, nada. Mas me diz, aonde vamos?

O caminho que pegamos depois que saímos do seu escritório era diferente do que de costume. Se virando à frente ele apenas me falou.

- Resolvi mudar de campo. Afinal, a partir de hoje precisamos de um espaço maior.

Como assim? Um espaço maior pra que?

Ele deu a conversa por encerrada, então seguimos direto por um gramado que ficava atrás das grandes construções. Ao parar, Toushirou saltou no ar parando a uns três metros. Me olhando do alto, ele notou meu desânimo.

- Venha, Kurosaki.

Saltei também, mas estava preocupada. Ao ficar no mesmo nível que ele, numa distância de uns dois metros olhei ao redor. Era um campo aberto. Vários shinigamis treinavam com espadas e kidou numa curta distância.

- Taichou. Porque viemos pra cá?

Olhei pra ele e já tinha sacado a espada. Segurando com uma mão e me olhou de jeito que me deu frio na espinha. Era travesso e perverso ao mesmo tempo.

- Hoje você vai treinar com a Shikai.

Então esticou o braço para o alto apontado para o céu. Não! Ele não vai fazer isso!

- Souten Ni Zase, HYOURINMARU!

Tudo ao redor escureceu enquanto correntes de água e gelo explodiram do punho da zanpakutou, junto com a corrente com uma lua de metal na ponta. Ele fez mesmo! Toushirou sorria pra mim enquanto um dragão enorme de gelo girava em espiral em sua volta. A pressão de reiatsu que os dois emanavam era absurda.

- Vamos, Kurosaki. Libere sua zanpakutou.

- Você é maluco!

Gritei histérica, o que o fez dar um sorrisinho de canto. Eu tremia encarando ele e o dragão. Como Toushirou esperava que eu enfrente isso?! Ele é um Capitão, droga! Os shinigamis que estavam treinando repararam na cena e chegaram mais perto pra ver. Ótimo, era tudo que eu precisava.

- Se você não sacar sua espada, vou te obrigar a isso.

Me espantei. Ele não tava falando sério, tava? De repente, desferiu um golpe. Uma rajada de gelo em forma de dragão voou pra cima de mim. Saltei pro alto e Toushirou só torceu o punho, mudando de direção. Ele nem se esforçava. A velocidade do dragão era tanta que usei o shumpo pra desviar. Aparecendo no chão. Senti um deslocamento de ar atrás de mim e girei sacando a zanpakutou a tempo de bloquear um golpe dele. Saltamos pra trás, parando no ar. E o dragão girou pra perto dele.

- Você quer me matar, Capitão?

- Não seja dramática.

Então avançou, sério. Meu coração batia seco na garganta quando estava a dois metros de mim balançou a espada e uma cascata de gelo quase me cobriu inteira. Sumi no shunpo para o chão de novo e dessa vez ele golpeou com gelo. Encarei a cascata respirando fundo e um vento brotou dos meus pés rodando a minha volta levantando as mechas do meu cabelo. Segurando a zanpakutou pontada pra o chão, girei o punho entre os dedos, levantando-a para alto.

- Bata suas asas...

O gelo me acertaria em segundos e como na arena senti o falcão abrindo os olhos ao chamado quando gritei.

- YOU OU!!!

A ventania explodiu das minhas espadas cortando o gelo ao meio, triturando-o em pedaços que caíram em volta. Saltei para cima, mais alto que o Toushirou e fiz uma coisa que vi uma vez. Ele manteve distancia, mas criou o dragão que voava pra mim. Eu parei no ar apenas num pé e girei meu corpo, com o braço e perna livres esticados pra os lados e rodando mais força as zanpakutos. Era idiota, tinha visto numa patinação artística no gelo, mas me veio essa ideia maluca e numa mistura de baliza e patinadora, pulei no ar desviando do dragão e desferi um golpe, acertando seu corpo de gelo pela lateral. O vácuo de ar atravessou zunindo acertando até o campo. Abriu uma vala de uns 5 metros. Opa.

Parei ofegante com as zanpakutous em posição, segurando-as de lado como um bastão. Então Toushirou apareceu na minha frente a um metro de mim. O vento sacudia nossos kimonos e cabelos. Apesar da situação, ver as mechas brancas bagunçando desse jeito o cabelo dele me deu um calorzinho no peito, apesar da temperatura esfriando.

- Nada mal.

Sorri irônica.

- Ordens sua senhor.

Ele não sorriu só continuou me encarando até que balançou a espada para o lado, voltando-a ao normal. Pisquei confusa. Enquanto o céu voltava a ficar claro, Toushirou andou até mim.

- Por hoje é só, Kurosaki. Pode guardar as espadas.

Estreitei os olhos, desconfiada.

- É sério? O senhor sempre estende o treinamento a tarde inteira.

- Dessa vez é diferente.

- Como assim?

Descemos devagar até o chão, enquanto vários shinigamis exclamavam animados.

- Objetivo era que liberasse sua Shikai sob pressão e a manejasse como fez na arena. Contudo - ele inclinou a cabeça, me analisando - o poder dela é demasiado pra que mantenha a luta por horas.

- Está dizendo que a You Ou é o que, a mais poderosa de vento?

Ri do absurdo e Toushirou só me encarou.

- Ainda tenho dúvidas.

Ele foi andando me deixando confusa. Girei as zanpakutous voltando-as ao normal e guardei na bainha. No caminho enquanto voltava, escutei um cara dizer.

- Viu aquilo? Parecia uma tempestade de gelo!

Parei pra olhar a pessoa, mas ela já ia embora. Não pude deixar de pensar. Os poderes das nossas zanpakutous pareciam se combinar assim?

Na volta pras construções segui direto para o refeitório. Estava vazio àquela hora, então peguei o bule, esquentei a água e escolhia um chá pra mim, no meio de tantos que havia na bancada. Tinha achado o meu preferido quando escutei às minhas costas.

- Karin-san?

Virei pra pessoa e tentei não fechar a cara.

- Tenente Hinamori.

Ela sorriu e se aproximou de mim.

- Também quis beber um chá?

- Pois é.

Coloquei o sachê na água, esperando. Hinamori preparou um também e enquanto escolhia o chá. Começou, assim sem querer nada.

- Sabe, sinto muito pelo o que fiz mais cedo.

Pisquei confusa.

- Como assim?

Segurando a caneca com força ela sorriu encarando-a.

- Eu não sabia que o Shirou-chan era seu mestre. Então, desculpa.

Shirou-chan, quase revirei os olhos.

- Deixa pra lá.

- Ah, que bom. Sabe, eu e ele somos muito amigos. Desde antes de entrarmos na Academia.

Encarei o chá boiando, a conversa tinha me chamado a atenção.

- Claro, eu entrei primeiro e depois foi ele. Engraçado, sempre que escapava no intervalo ia na sua casa e comíamos melancia assistindo o pôr do sol. Era tão bonito, tão vasto. Era o melhor lugar para se ver.

Apertei a caneca e lembrei do dia que o chamei pra jogar futebol no meu time. Ele ficava encostado naquelas travas de aço sempre no mesmo lugar e quando perguntei era a mesma resposta que ouvi dessa garota.

"- É o melhor lugar para ser ver o pôr-do-sol."

- Mas por causa do Aizen Taichou, eu quase perdi minha amizade com ele, até a minha vida. E Shirou-chan nunca se perdoou por não ter conseguido se vingar dele. Pelo mal que causou a Soul Society e principalmente por mim.

Prendi a respiração. A olhei e estava dando um sorriso calma. Eu engoli em seco, ciente que estava tremendo e meus olhos brilhavam.

- Demorei um longo tempo pra aceitar que o Aizen Taichou era o culpado. Eu o admirava, mas graças ao Shirou-chan superei isso. Ah! Meu chá já ficou pronto. Jya nee, Karin-san. Obrigado por me escutar.

Saiu andando, ignorando o estado que me deixou com essa história. Eu me sentia entalada e por um bom motivo. Tudo que essa falsa disse... Era a mais pura verdade.

//////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////

Mais tarde naquele dia fui pra biblioteca. Tentando arejar minha cabeça. Mas tudo o que me via era Hinamori dizendo aquilo sobre o pôr - do - sol e o Toushirou me dizendo sobre o pôr - do - sol. Me irritava e infelizmente magoava por que era uma coisa deles. Algo que os ligava e estava escrito nas lembranças. Como vou competir com isso?

Espera.

Porque tou me perguntando isso? Eu não gosto dele assim. Quer dizer, o Toushirou é meu amigo, agora ele é o meu capitão, mas foi o primeiro shinigami que vi depois do meu irmão. E era tão adulto, responsável, lindo, sério, lindo. Droga! Porque o chamei de Lindo duas vezes?! Isso é péssimo.

Como se fosse algo do destino Hinamori apareceu no vão das estantes onde eu estava fingindo escolher um livro. O sorriso dela ferveu meus nervos.

- Karin-san. Parece que temos os mesmos gostos.

Apertei a lombada de um livro a encarando. Ela me jogou uma indireta, não foi?

- Porque?

Ela piscou com meu tom.

- Ah, porque primeiro nos vimos no refeitório pra fazer chá e agora viemos aqui pra ler um livro.

Tirei o volume da prateleira, andando até ela.

- E com certeza gostamos da amizade de um cara sério demais pra sua idade.

Ela estreitou os olhos desconfiada.

- O que disse?

- Não se faça de sonsa. Tou falando do Toushirou.

Hinamori me encarou séria. Finalmente, uma emoção de verdade.

- É capitão Hitsugaya, Karin-san. Não deve chamá-lo assim.

- Quem é você pra me dizer isso, Shirou-chan?

Ela se entalou, visivelmente irritada.

- É diferente. Somos amigos desde...

- Sabe lá que anos, já entendi. Mas veja bem - estreitei os olhos, parando na sua frente - Toushirou detesta esse apelido, tanto que te corrigi. Eu pelo menos mantenho o respeito e quanto você fica se pendurando nos braços dele como se fosse a namorada.

Ela suspirou de raiva.

- Sabe com quem está falando, garotinha?

A reiatsu dela aumentou. Assustando uns shinigami que estavam por perto. Não me intimidei.

- Com uma falsa intrometida, que nem cresceu ainda.

Então joguei o livro no seu estomago, tirando seu folego. Hinamori tropeçou sufocada então pulei em cima dela derrubando-a no chão. O barulho atraindo gente, mas não liguei estava ocupada segurando seus pulsos numa mão, enquanto com a outra arrancava sua zanpakutou da cintura. Ela arregalou os olhos quando a atirei pro outro lado da estante e escutamos bem longe o baque.

- Tobiume!

- Esqueça ela. Agora somos só nos duas.

- Sua louca, o que você fez?

Ela me deu uma joelhada nas costas. O que deu chance pra me empurrar e se levantar. Mas me recuperei rápido. Ela fazia um gesto com a mão.

- Bakudou nº 1...

Chutei seu pulso, que abriu com o golpe e a jogou contra a estante. Vários livros caíram.

- Sua vaca! Eu sou uma tenente. Você deve me respeitar!

E me deu um golpe no estomago com a palma, justo onde tinha me machucado. Chiei agoniada, mas ignorei a dor. Segurei seu pulso e torci girando seu braço. Ela deu um grito ao ficar de costas pra mim e agarrei seu coque com fitas com a mão livre. Sibilei a virando pra estante.

- A vaca aqui é você.

Forcei sua cabeça, queria bater na prateleira e então ela apoiou o pé e me deu uma cabeçada. Meu nariz doeu, mas não a soltei. Sumi no shumpo levando-a comigo e aparecemos em cima das mesas de estudos assustando os shinigamis que estavam ali. Caímos, com eu montada em cima e Hinamori achatando a cara na madeira. Gostei do som. Eu estava possessa com essa garota, mas batendo nela desse jeito resolvia o problema.

Ela rolou de uma vez pro lado e caímos as duas no chão. Hinamori me empurrou me derrubando e se levantou. Apontou pra a esquerda e gritou:

- Bakudan nº 9 GEKI!

Uma corrente amarela saiu da ponta do seu dedo se estendendo até agarrar algo no chão. Ela puxou de volta e na ponta havia sua zanpakutou.

- Ah, não. Você não vai.

Usei o shumpo e apareci no ar chutando a bainha antes que chegasse até ela pra longe de novo. Hinamori me olhava enfurecida.

- Garota idiota!

- Engraçado, também te acho idiota!

Então pulei em cima dela de novo. Continuamos a nossa briga de mulheres. Puxões de cabelos, xingamentos de vaca pra tudo quanto é lado e os golpes. Foram tantos murros e chutes que perdi a conta. Quando dei por mim estávamos gritando fazendo um verdadeiro escândalo. Hinamori tinha me socado no quadril pra que a soltasse dos seus cabelos, quando cambaleei me jogando de novo pra cima dela, só que com o shunpo. Nos duas íamos nos atracar quando de repente dois braços me seguraram, me puxando pra trás. Olhei pra frente confusa e fizeram a mesma coisa com Hinamori. Um cara com cicatriz no rosto e um número na outra bochecha a segurava imobilizando, forçando seus braços por lados e o pescoço abaixo. O cara que me segurava fazia a mesma coisa.

- Me solta, Hisagi-san! Eu vou bater nessa cadela!

Arregalei os olhos e tentei ir me soltar.

- Cadela? Eu vou quebrar sua cara, falsinha!

- Pare, karin.

Reconheci a voz, era Renji. Mas não me importei tentei a todo custo avançar naquela pirralha e dar-lhe uma boa bofetada.

- Mas que bagunça é essa?!

Gelei. Virei o pescoço para o lado direto para a entrada e vi Toushirou chocado e com uma raiva... Hinamori também estava igual. Ele suspirou antes de perguntar gelado.

- Alguém pode me explicar o que estava acontecendo aqui?
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Nyu-chan
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A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII Empty
MensagemAssunto: Re: A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII   A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII Icon_minitimeSex 18 Jul 2014 - 21:30

Dois capítulos em um dia *-* te adoro, Charlote-san!
Treta *-*... eu amo treta...
Simplesmente amei o capítulo!! Ficou extremamente perfeito (como sempre).
Continue logo, por favor!
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Lidi_Nalu
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MensagemAssunto: Re: A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII   A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII Icon_minitimeSáb 19 Jul 2014 - 21:49

Ameiii super.... *o*
Bem Feito Hinamori, apanha mesmo!
Agora só falta Toushirou ficar com ciumes por causa de Sakai ^^
Awww... Simplesmente Perfect *-*
Ansiosíssima para o próximo o/
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MensagemAssunto: Re: A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII   A paixão de capitão de gelo - Capítulo VII Icon_minitime

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