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 Os Sentimentos de Ulquiorra

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Rukia-nee-san
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Os Sentimentos de Ulquiorra Empty
MensagemAssunto: Os Sentimentos de Ulquiorra   Os Sentimentos de Ulquiorra Icon_minitimeSeg 21 Jul 2014 - 18:08

Sinopse: De uma forma tão simples ela o havia feito chorar.

Neste momento estou a escrever a segunda temporada desta fic: O Fruto Proibido. Só a postarei aqui quando estiver concluída. Mas quem quiser ler antes, está no Animespirit e no Nyah!.

--x--x--

Capítulo 1- Prólogo

Por ter um coração, invejo.

Por ter um coração, devoro.

Por ter um coração, tomo.

Por ter um coração, desprezo.

Por ter um coração, vadio.

Por ter um coração, enfureço.

Por ter um coração, desejo tudo o que há em você.

(Ulquiorra Shiffer)





Hueco Mundo

Uma luta sangrenta era travada. Shinigami versus Espada. Contudo havia uma espectadora,Inoue Orihime.

Não sabia que lado apoiar.Kurosaki Ichigo,seu amor platónico desde sempre, o homem que admirou a vida inteira e por quem decidiu vir para Hueco Mundo na esperança de que nada de mal lhe ocorresse. Aquele que lutava para a proteger. OuSchiffer Ulquiorra, o quarto espada, o servo mais leal a Aizen-sama. O espada sem sentimentos, aquele que a tirou de seu mundo e a que tem vigiado. Aquele que a torturou psicologicamente, dia após dia, quase a levando a loucura… Mas a sua única companhia mesmo que por breves instantes. O único que não permitiu a humana afundar-se na solidão e desespero. Aquele que nunca permitiu que a alguém magoasse, que de certa maneira a protegeu. E acima de tudo, aquele que mostrou interesse pelo coração.

Estava dividida. Queria ajudar ambos. Não queria que nenhum saísse ferido, mas isso era inevitável. Porquê? Porque as coisas tinham de ser assim?

Antes de partir do mundo humano, ela tinha dito que se tivesse cinco vida diferentes, em todas elas amaria a mesma pessoa, no caso o substituto de shinigami.Doce engano. Nunca estivera tão errada… Uma declaração bela mas para a pessoa errada. Ichigo era como um irmão mais velho, como o seu irmão Sora fora, nada mais. O facto de ter ficado sozinha, cegou-a e fê-la confundir os sentimentos.

Mas agora ao presenciar a luta entre o seu salvador e o seu raptor, percebeu.Apaixonou-se. Não sabe quando começou ou o porquê. Síndrome de Estocolmo? Provavelmente. Ou seriam os seus olhos de um verde penetrante que lhe perfurava a alma? Ou os seus cabelos negros que realçava a sua pele? Não sabia… Talvez fosse tudo isso e mais.

Não podia fazer nada para redimir a situação em que se encontrava.Amava o inimigo. E por muito que quisesse redimir a situação já não era possível… Afinal nós não escolhemos quem amamos, certo? Afinal, não mandamos no coração…Então porque não se arrependia de amá-lo?

Enquanto isso o combate continuava. Ichigo estava descontrolado, pronto a matar Ulquiorra. E Ulquiorra, com a sua máscara de indiferença defendia-se a atacava, alheio aos pensamentos da sua refém. Mas, num momento tudo mudou, Ichigo assumiu o controlo da situação com os seus poderes hollow, apanhando desprevenido o arrancar.

Nesse instante tudo apareceu em câmara lenta para Orihime… O leve olhar de surpresa do espada, a fúria do shinigami e a espada prestes a perfurar o peito de Ulquiorra.

O sangue descia da sua boca até ao chão.

Ichigo estava boquiaberto, não acreditando no que seus olhos viam:Orihime recebeu o golpe pelo Ulquiorra!Já o espada estava num estado de transe. Não queria acreditar, não podia ser possível o que estava a acontecer… O arrancar retirou a espada do corpo da humana pálida e afastou-se do Kurosaki. Ichigo não se movia, incrédulo tanto pela atitude da sua amiga como pela sua atitude. Culpa,remorso.

– Porque metes-te na frente,onna? Não preciso da tua ajuda.

Ulquiorra não conseguia disfarçar a preocupação, o medo de a perder.

Orihime percebeu.Sorriu. Sorriu como nunca o houvera feito. O sorriso mais belo que já dera. E com as suas últimas forças disse:

– A-arigatoo… poo-r tudoo Ulqui-kun. Não me arrependo de nada, e se pudesse faria tudo de novo…

Ulquiorra estava incrédulo no que ouvia. Estaria ela louca? Morrer pelo inimigo? Por um monstro sem emoções como ele?

Orihime levantou a sua mão, num último esforço, até ao buraco hollow de Ulquiorra. Tocou-o e sorriu ligeiramente.

– O meu coração está contigo, Ulquiorra. Eu entrego-o nas tuas mãos.

O seu último suspiro.

Ulquiorra estava como uma estátua. Recusava-se a aceitar a realidade. Porque as coisas tinham de ser assim? E que dor é essa no seu peito? Estevazioque preenche todo o meu ser.

Ulquiorra saiu das suas divagações quando sentiu algo molhado na sua face. Levou a sua mão ao rosto.

Lágrimas.

Ele estava chorando!De uma forma tão simples ela o havia feito chorar.





Capítulo 2- Promessa

Hueco Mundo

Ruídos a despertavam. Abriu os olhos com preguiça… Não queria levantar-se mas teria de ser, caso quisesse evitar confrontos. Há pouco tempo tornara-se num adjucha e sempre que podia evitava as lutas por liderança. Infelizmente, nem sempre era possível e nesses casos extremos usava a força, derrotando o inimigo e voltando para a sua rotina monótona.

Uma predadora que não o desejava ser. Quem a via pensava que era uma felina, suponham que a sua resurrección estaria relacionada a um tigre, pantera ou gato. Muito longe disso.

Esta arrancar chamava a atenção pela sua beleza peculiar. Olhos cinza mas muito brilhantes, tão brilhantes que por si só transmitiam vida. Cabelos ruivos sedosos, longos e ondulados. Pareciam serpentes nas costas da ruiva quando esta caminhava. Pele branca, clara mas não pálida, parecia uma pérola. Um rosto que transmitia inocência, característica nada comum em arrancares… A sua máscara hollow é como um fio não muito largo no seu pescoço e o seu buraco era no meio do peito, pouco visível, uma vez que a jovem era dotada nos sítios certos e este era praticamente “cobrido”. Seu nome era…

... Inoue Orihime.

Por onde passava chama a atenção, quer feminina quer masculina. Por um lado inveja, por outro desejo. Mas isso sempre lhe fora indiferente. Diferente de quando era humana, esta não andava sempre com um sorriso no rosto. Na realidade, desde que se tornou hollow jamais voltara a sorrir.

O hollow passa por diferentes fases na sua transformação, ela não fora exceção. Mas só os melhores evoluem. E ela conseguiu. Até se tornar numa adjucha, ela não recordava-se de nada da sua vida passada, era guiada pelos seus instintos. E estes eram: destruir o mais fraco para benefício próprio. Lei da sobrevivência. Que poderia ela fazer?

Inexplicavelmente conseguiu recordar-se do passado mas isso não mudava o presente. Isso não quer dizer que ela se arrependa do que fez antes de morrer. Nunca. Mas então porque não sorria? Porque ainda não O encontrara. Porque o motivo para ela sorrir não está com ela.Ainda…

Ao recordar-se de quem era, perdeu certos hábitos, como devorar outros hollows. Certo, ela já não era humana mas ainda queria manter certas características suas, não queria que a antiga Inoue Orihime morresse por completo. Também criou o hábito de dormir, apesar de ser meio complicado uma vez que não diferenciava o dia da noite.

Continuava a andar sem saber bem por onde ia. Aprendera a lidar com o ambiente em que vivia, não seria para sempre mesmo. Era uma questão de tempo. Até evoluir para a sua última etapa: Vasto Lorde. Queria poder. Não para destruir mas para proteger.

Ela iria tornar-se mais forte por ele. Para caminhar ao seu lado sem ele estar sempre preocupado com ela e ter sempre de a proteger. Como também não quer ter de morrer outra vez para o proteger. Não a interpretem mal… Ela morreria por ele quantas vezes fossem possíveis. Mas ela prefere viver ao seu lado do que morrer. Quer construir uma vida com ele, mesmo ele afirmando não poder sentir nada, ela não vai desistir de lhe provar o contrário. Afinal agora são o mesmo e ela continua a amá-lo.

O seu objectivo era alcançar o limite do seu poder e ir viver para Las Noches. E faria de tudo para que isso fosse possível, independentemente no que tivesse de passar agora, ela iria consegui-lo.

Ela poderia procura-lo e pedir ajuda na evolução do seu poder mas ela não queria isso. Ela sempre foi fraca comparada a ele, ela quer agora mostrar-se como igual. Quer ser motivo de orgulho e admiração por parte dele. Ela queria ser reconhecida por ele.

Sorriu ao recordar-se do quarto espada. Mas, prontamente o seu sorriso desfez-se.

– Olha, olha o que nós temos aqui… Que bela mulher hein… Não queres vir comigo pequena? As noites são tão frias aqui e digamos que tu e as tuas “amigas” iram-me aquecer rapidinho… Ah, esqueci-me de mencionar, isto não é um pedido querida... É uma ordem, princesinha. Ahahah.

Desprezo. Era o que sentia Orihime naquele momento pelo arrancar que se dirigia a ela com um sorriso sádico.

Ela com uma leveza e majestosidade, ergueu a mão na altura do ombro e pronunciou com indiferença:

– Ciero!

Uma luz rosa tomou conta do lugar. Durante 10 segundos não conseguia-se enxergar nada.

Orihime voltou à sua caminhada, perdida em pensamentos, deixando escapar um sussurro, que mais parecia uma promessa.

– Ulquiorra… Espera por mim, eu já não vou demorar muito. Logo, logo estarei ao teu lado.



Capítulo 3- Esperança

Hueco Mundo, Las Noches

Entediante. Era a palavra que descrevia os seus dias.

Após a morte da mulher, Ichigo Kurasaki desistiu de derrotar Ulquiorra e retomou ao seu mundo destroçado. Mas este ainda tinha de derrotar o causador de toda aquela situação: Aizen Sousuke. De facto, o substituto de shinigami conseguiu vencer o traidor da Soul Society e a paz voltou a reinar na cidade de Karakura.

Ulquiorra tornara-se o Rei de Hueco Mundo. Uma vez que todos os outros espadas foram derrotados no Mundo Humano na derradeira batalha. Retirando o quarto espada, houve somente mais três sobreviventes: Nelliel Tu Odelschwanck (ex tericeira espada), Grimmjow Jaegerjaquez (sexto espada) e Szayel Aporro (oitavo espada).

Nelliel continuou a ser a espada despistada e brincalhona de sempre. Grimmjow é o mesmo cabeça dura e impulsivo mas estava diferente… E essa diferença devia-se a uma mulher bela de cabelos esverdeados e olhos da cor do mel. Apesar de ele negar isso até às suas últimas forças e ela continua a rir com a sua teimosia. Afinal, só não via quem não queria.

Quanto a Aporro, esse continua a ser um cientista louco mas menos sádico. Parece que a guerra tornou os espadas mais unidos e familiarizados. Uma família...

Um único que parecia abalado era o Rei. Nada para ele fazia sentido. Antes ele pensava que a felicidade encontrava-se no vazio. Não tinha nada a perder. Mas a realidade é que mesmo não tendo nada a perder, acabou por perder a única coisa que tinha, e não havia um único minuto que ele não se martiriza-se por isso.

Estava mais frio e distante, quase aéreo. Algo a estranhar no espada que outrora sempre fora alerta. Todos observavam como o espada se afundava na sua própria escuridão mas ninguém comentava nada. Ninguém ousava tocar no nome dela. Temiam que o seu sofrimento aumentasse ainda mais.

Por vezes, o próprio espada perdia a compostura e agarrava-se com força no peito como se isso acalmasse a dor latente. Não chorava. Sofria em silêncio. E isso era o pior. Morria cada dia que passava. Irónico não? Estava morto mas sentia-se morrer. O que aquela mulher fez com ele?

Era isto o amor? O melhor de todas as sensações humanas? Custava-lhe muito em acreditar nisso… Como era possível então toda aquela dor? Pensara em suicídio e acabar com tudo de uma vez. Mas não fora capaz. O sacrifício dela teria sido em vão. Não era capaz de fazer isso com ela. Mesmo que agora não passasse de uma memória. Uma bela memória e nada mais.

Era isso que mais atormentava Ulquiorra. Saber que nos momentos que lhe dirigia palavras cruéis, que a fazia sofrer… ele poderia ter-se entregado a ela. Não fisicamente… Mas sentimentalmente. Também não vamos esquecer que Ulquiorra é um espada frio e que não demonstrava as suas emoções, ele não iria agir como um jovem apaixonado. Mas amaria do seu jeito, meio desajeitado sim, mas que fora o suficiente para tocar no coração da pobre humana.

Olhava para a lua, aquela que testemunhou tantas das suas conversas com a humana, as suas lágrimas e as suas orações pelo bem-estar de seus companheiros. Queria remediar os seus erros, não ter sido tão duro… Será que isso modificaria a situação actual?

Mas assim como tinha estes seus momentos de fantasia logo a dura realidade caía-lhe em cima. Não havia volta atrás. Ela estava morta, por sua culpa. E ele nada poderia fazer para mudar isso.

Ulquiorra continuou a andar pelas Las Noches quando sentiu uma leve brisa tocar-lhe no rosto e desajeitar seus cabelos.

– Ulquiorra… Espera por mim, eu já não vou demorar muito. Logo, logo estarei ao teu lado.

Não conseguia descrever o que sentiu naquele momento mas uma tranquilidade preencheu todo o seu ser… Esperança. Não sabia de onde vinha. Mas confiava que os seus dias iriam mudar.

Só teria de ter um pouco mais de paciência, e esperar.



Capítulo 4- Vasto Lorde

Hueco Mundo, Floresta Menos Grandes

– Diespersa, cielos!!

Uma onda de choque envolveu todo o lugar. Destruiu todo o local, não havia um único sobrevivente para contar a história.

Orihime arfafa. Estava exausta. Treinara durante horas e horas sem cessar e não obtivera o resultado pretendido.

Droga! Tenho de conseguir, não O posso desiludir! E com esse pensamento ela voltou para o seu treino árduo.

Ela encontrava-se na sua transformação. Os seus cabelos estavam maiores e encontravam-se apanhados num glorioso rabo-de-cavalo que iam até a sua coxa. Os seus olhos ganharam também uma tonalidade diferente, de cinza ficaram prateados. A sua máscara transformou-se num corpete que tapava somente a parte da frente do peito e ligeiramente a parte da barriga até o umbigo, deixando suas costas e ombros completamente descobertos. As suas pernas também ficam parcialmente descobertas… Ela usava apenas uma minissaia semelhante à da terceira espada, Tier Harribel, mas esta era ligeiramente transparente. Usava também umas sandálias do tipo romanas.

Contrariamente ao que muitos pensavam, o seu ataque estava relacionado com o vento. Ela não desenvolvera ataques com armas mas aperfeiçoou as lutas corpo-a-corpo, utilizando o vento a seu favor. Graças a isso também se tornou bastante veloz com o sonido, de tal maneira que ninguém a conseguia a acompanhar.

Outra coisa curiosa foi que Orihime não perdeu os poderes que possuía quando era humana. Ela ainda tinha o seu escudo e tinha o seu poder de “everter os acontecimentos”. Já não tinha as suas fadas mas ao pensar sobre o assunto ela chegou a uma conclusão. Talvez as fadas fossem uma parte da minha alma que eu despertei em outros seres… Talvez eu tenha estado sempre destinada a ser uma arrancar.

O facto é que Inoue Orihime conseguiu evoluir os seus poderes de uma forma colossal… Cada evolução era uma vitória para ela. Estava mais perto dele. Mas ainda não havia chegado a hora e ela teria de aguardar pelo momento certo. Tudo tem o seu determinado tempo.

Sonhava com o reencontro deles. Mas ainda não passava disso… Sonhos. Era doloroso acordar e não estar nos seus braços, de sentir o seu cheiro reconfortante, o calor do seu corpo… Doía. Mas teria de aguentar.

A imagem de Ulquiorra veio à sua mente, quando ele estava prestes a morrer e ela intercedeu o golpe… Pela primeira vez na sua vida hollow, chorou.

Eu vou conseguir… por mim, por ti, por nós…

Finalmente. Uma luz diferente da anterior cobriu o lugar e o ar ficou pesado, ninguém que estivesse ali conseguiria respirar. Inoue Orihime levantou-se majestosamente e olhou por uma brecha o céu de Las Noches. Já não era uma humana dependente dos outros, nem uma adjucha, encontrava-se na segunda fase da sua transformação. Os seus cabelos continuavam os mesmos mas tinham uma traça fina em cada lado da face. Os seus olhos eram agora como duas pérolas brilhantes.

Era uma Vasto Lorde. Alcançou o que tanto pretendia. Apesar de ter consciência do perigo que aquela fase representava. Um grande poder, tem um grande preço. Ela sabia disso e esperava nunca ter de usar este poder que ela lutou tanto para o conseguir.



Capítulo 5- Humano



Hueco Mundo, Las Noches

– Jowjow-kun!!! – Nelliel abraçava Grimmjow pelo pescoço que fora apanhado desprevenido. Enquanto ele tentava livrar-se dos braços da mulher atraente, ela abraçava-o com mais força, apertando o seu peito contra o rosto da pantera azul.

– Lar…ga..mee suua doi…daaa!! - O espada gaguejava pela aproximação da Neliel, não evitou ficar envergonhado. Ele não compreendia, como ela não tinha pudor nenhum!? Será que só ele estava incomodado com a situação? Mas o que realmente incomodava era aqueleaquecer no peito, ele no fundo gostava da atenção e do carinho dela. Gostava, e ele sabia. Mas não queria gostar! Não quer amar alguém a mais que ele próprio, isso o tornará fraco. Vai deitar por água a baixo todo o seu trabalho durante anos e anos para ganhar poder. Além do mais, ele não gosta do desconhecido… Não quer entregar-se a uma pessoa e não saber aonde aquilo vai dar, se é que vai dar.

– Ohhh, que kawaii! O Jowjow-kun está com vergonha!! A Nell-chan gosta do Jowjow-kun corado! – Certo, ela não lhe facilitava a vida. Ela não via que ele queria pensar? Que ele quer afastar-se!? Ela nunca torna as coisas mais fácies… Em vez disso provoca-o com os seus elogios que o deixavam sem jeito. O que aconteceu ao antigo Grimmjow Jaegerjaquez!?

– Problemas, meu caro espada? – Aporro apareceu no corredor onde estavam os dois espadas, e após um “oi” animado da Neliel e de um olhar irritado do azul, decidiu irritar mais um pouquinho o espada- Parece que encontras-te um adversário à tua altura. Parabéns “Jowjow-kun”, estou feliz por ti! – Szayel gargalhava da expressão furiosa que o felino lhe lançava e se não fosse o facto de a Nelliel ainda estar a agarrá-lo, provavelmente a esta altura já teria ficado sem cabeça.

– EU VOU TE MATAR!!! ESPERA SÓ EU LIVRAR-ME DESTA LOUCA E TU VAIS TE HAVER COMIGO! DESTA VEZ NEM AS TUAS POCÇÕES ESQUISITAS TE SALVAM, SEU…..

– Acabem com esta confusão, imediatamente. – Ulquiorra estava com uma expressão nada amigável, ao repararem nesse pormenor, todos pararam de discutir e olharam sérios para o Rei. Estavam sérios. Parecia que vinha aí uma má notícia.

– Um adjucha conseguiu escapar do Hueco Mundo, aproveitou uma garganta que estava aberta e escapou para o Mundo Humano. O responsável pela cidade está ausente, por isso eu mesmo trato do assunto. Até lá, Odelschwanck estarás responsável em tomar as decisões na minha ausência.

– Hai, Ulquiorra-sama. Pode ir descansado, cumprirei o meu dever correctamente. – Neliel fez uma pequena vénia como mostrando a sua gratidão pela confiança em si e o olhou séria a seguir para mostrar que falava sério.

Ulquiorra olhou para a mulher. Simpatizava com ela. Era um subordinado obediente e responsável e ele admira isso. Sem contar que esta é quem trazia a felicidade depois que elapartiu. Ela não era como a sua hime, mas ambas tinham aquela inocência. Como se o perigo à volta delas não existisse ou ignorassem que existia. Não queria admitir mas achava engraçado as “discussões” entre ela e o sexto. Mas ele não demonstraria isso. Isso nunca.

– Mais uma coisa. – Sobre o olhar curiosa da espada continuou – Tome conta do Grimmjow. Não quero uma única coluna destruída ou fora do lugar…. Não o percas de vista, nem um segundo.

Neliel abriu o seu maior sorriso e começou a dar pulinhos de alegria. Grimmjow deitava fumo pelas orelhas, já gritava e amaldiçoava todos os deuses à face da Terra e outros mundos. O cientista observava a cena e evitava gargalhar e provocar outra vez o espada. A ex terceira já fazia isso na perfeição. E ao contrário dela, ele não estava garantido… Queria manter a sua cabeça no lugar. Mas ele percebeu. Oh, se percebeu. A ligeira mudança do Rei do Hueco Mundo. Senso de humor, Ulquiorra? Acho que grandes coisas ainda estão para acontecer…

E com um meio sorriso que viu o quarto espada abrir uma garganta e partir para o Mundo Humano.

Hueco Mundo, Deserto

Orihime não sabia à quanto tempo andava pelas areias do frio deserto. Horas, dias, semanas? O facto é que não havia hora de encontrar o palácio de Las Noches e isso já a estava irritar profundamente.

Será que ninguém podia ter criado sinais com a direção para o palácio? Tipo “quer ir para o palácio do ex Aizen-sama? Vire à direita e siga sempre em frente”… Isso facilitaria e muito as coisas! A jovem continuava a andar mas parecia que não saíra do mesmo lugar todo este tempo. Praguejava mentalmente. Agora que estava tão próxima dele, a espera parecia mais difícil ainda. Tinha que arranjar logo uma solução, se não iria ficar maluca de vez.

Orihime parou de andar, fechou os olhos e concentrou-se. Era pouco provável de dar certo. Iria localizar o palácio pela reiatsu de algum espada. Identificou três cargas espirituais, todas lhe eram familiares. No entando, só uma é que ela reconheceu. Nell-chan! Um sorriso brotou nos lábios da arrancar e os seus olhos ganharam um novo brilho.

Mas aí uma onda de medo possuiu o seu corpo. E o Ulquiorra? Não encontrou a suareiatsu em nenhuma parte! Precisava de o encontrar… Para isso correu, correu como nunca antes. Usou o seu sonido no máximo. Não se perdoaria se algo lhe aconteceu, não aguentaria.Nem se apercebeu que lágrimas escorriam do seu rosto. Mas com a velocidade a que avançava para o palácio secavam as suas bochechas.

Orihime apertava os punhos com tanta força que fez sangue mas isso não importava. Nem o típico ardor sentia. Só queria encontra-lo e acalmar a sua tempestade interior. Ulquiorra, nem te atrevas a morrer! Podes ter a certeza que te vou perseguir nem que seja no outro mundo.

Mundo Humano

Ulquiorra estava num gigai, dado pelo ex capitão Urahara. Observava o comportamento dos humanos enquanto procurava o hollow fugitivo. Apesar de não ser muito forte, estava a camuflar-se bem, até agora.

O espada observava os humanos, perdido nos seus pensamentos e só chegava a uma conclusão: Lixo. Mas então o que fazia ela de tão especial? Porque não a via como os outros da sua raça?

Suspirou.

Não importa o que fazia. Tudo lhe levava a ela. Como é que ele só consegue pensar nela? Como é isso possível?

– Onna, por tua culpa tornei-me mais humano…



Capítulo 6: Bem-vinda


Hueco Mundo, Las Noches

– J-O-W-J-O-W-K-U-N! – Neliel soletrava a alcunha carinhosa que inventou para o sexto espada, tendo o intuito de tirar Grimmjow do sério. Ela gostava de o ver irritado, meio esquisito, mas a relação deles também não era propriamente normal.

– Se voltares a chamar-me isso, te garanto que…– Grimmjow já sentia uma veia a saltar-lhe da testa, não importa o que ele dissesse ou fizesse ela nunca o parava de chamar assim… Estava farto das provocações da menina.

– Que cruel Jowjow-kun! Não sejas tão mau com a Nell-chan! Não te lembras que Ulquiorra-sama mandou a Nell cuidar de ti? – Nelliel estava a ter um dos seus ataques de choro que ninguém ligava e reparou que o Grimmjow adoptou uma nova táctica: ignorá-la. Parece que tinha desistido de responder-lhe…

Uma ideia passou pela mente da espada. Um sorriso malicioso surgiu nos seus lábios…

– Sabes, Jowjow-kun… – o sexto espada continuava a fingir que ela não existia e por isso ela continuou a falar, aproximando-se lentamente da pantera sem que este se apercebe-se, até que estava com a boca ao pé da orelha dele, e com uma voz sensual sussurrou muito, muito pausadamente– … Nunca se deve ignorar uma senhora e principalmente nunca lhe vires as costas, ela pode atacar-te enquanto estás desprevenido… – Dito isso mordeu o lóbulo da orelha dele, fazendo com que ele se arrepia-se por inteiro… Despertando sensações que ele a todo custo tentava manter trancadas, mas o seu corpo o traíra completamente.

Dito isso a espada saiu usando o sonido. Deixando para trás a pantera em estado de shok e com os olhos arregaladíssimos. Nunca imaginara que aquela mulher fosse tão… tão ousada. E incrivelmente ele adorou. Um sorriso surgiu na sua face. Isto não vai ficar assim, vai ter troco… prepara-te Nelliel Tu Odelschwanck, ninguém brinca com Grimmjow Jaegerjaqueze sai impune.

Nelliel saltitava pelos corredores muito feliz pela reacção do amado. Foi nesse momento que ela sentiu. Parece que o tempo parou. Ela reconhecia… Aquela reiatsu… Era da… Não pode ser!... Mas isso quer dizer que ela… Não pode…

Com o sonido ela desapareceu do do palácio para a entrada de Las Noches a fim de confirmar as suas suspeitas quando a vê. Ambas estavam paradas a olhar uma para a outra.Choque, surpresa… Muitas perguntas surgiam na mente de ambas e nenhuma sabia o que dizer ao certo. Nenhuma ousava quebrar o silêncio.

Até que Orihime tomou a iniciativa e abraçou a Nelliel. Saudades. Era o que pretendia demonstrar com o seu gesto. A ex terceira espada ainda estava em choque… Os seus olhos estavam marejados. Não conseguia crer que ela estava viva! Pegou nos seus ombros e olhou para os olhos de Orihime… Não precisou de palavras para compreender o ocorrido. Ela morrera em Hueco Mundo, a probalidade de virar um hollow era enorme mas a possibilidade de evoluir em algo mais era miníma, tão pequena que ninguém cogitou possível isso acontecer… Mas agora ela estava ali na sua frente, sorrindo.

Neliel abriu um dos seus maiores sorrisos e finalmente permitiu que as lágrimas escorressem pelo seu rosto e abraçou forte a ex humana, que prontamente retribui o gesto de carinho.

– Bem vinda a casa, Hime-chan.

– E depois que senti a energia da Nell-chan consegui encontrar o caminho para o palácio. – Orihime narrou toda a sua aventura empolgada, durante horas, com várias interrupções por parte da Neliel. Só não contou sobre o seu poder secreto, a sua segunda transformação. Não queria que ninguém soubesse, inclusive ele.

Grimmjow e Aporro nem acreditavam no que ouviam. Nem nos seus olhos confiavam.Como era possível estar viva? Não só sobreviveu, como transformou-se em espada e ainda conseguiu recuperar as memórias e manter os seus poderes de humana. Era simplesmente inacreditável. Inédito. Que mulher era aquela?

Após muitas risadas entre as espadas, a conversa voltou a ter um tom sério imposto pela Orihime. E perguntou o que tanto a atormentava.

– O Ulquiorra? Ele… ele…está … m-…?

– Nãooo! Nada disso hime-chan… Ulquiorra-sama foi para o Mundo Humano capturar um hollow que fugiu mas nada de mais. Não te preocupes… Ulquiorra-sama é o mais poderoso, afinal ele é o Rei agora. – Nelliel ao dizer isso abriu um dos seus típicos sorrisos, relaxando Inoue que por fim respirou de alívio ao saber que o seu amado estava bem e que não demoraria muito para voltarem a estar juntos.

– Tsk… “Mais poderoso”. Ele é o Rei porque eu não queria o lugar, caso contrário nem chegaria lá. – o sexto espada replicou de forma arrogante e confiante. Aporro reprimiu um sorriso ao escutar isso.

– Jowjow-kun não é preciso ter ciúmes, no coração da Nell-chan tu és o Rei não precisas de te preocupar. – Enquanto falava, Neliel apertava uma das bochechas de Grimmjow. Deixando o mesmo em vários tons de vermelho.

Orihime gargalhou com aquela cena, não conseguiu evitar. Até o oitavo já não conseguia disfarçar. O sexto espada furioso levantou-se para perseguir Neliel que fugia dele a gargalhar. Por todo o palácio ouvia-se os risos de uma espada brincalhona e os gritos de um espada furioso. Esta noite promete.

Orihime e Aporro ficaram sozinhos. Nenhum falava. Não era um silêncio constrangedor, muito pelo contrário. Era agradável. Até que o silêncio foi quebrado.

– Orihime-san, demorou muito… Mais um pouco e Ulquiorra-sama começaria a bater com a cabeça nas paredes. Ainda bem que voltou.

Orihime sorriu diante do comentário do espada de cabelo rosa. Levantou-se, pronta para ir para o quarto onde fora mantida em cativeiro. Não antes sem dizer:

– Mais vale tarde do que nunca, Szayel-kun. – E com isso dirigiu-se para o quarto para descansar. Teve um dia intenso.

Mais vale tarde do que nunca, repetiu em pensamentos.



Capítulo 7- Verde e Azul

– Jowjow-kun é muito lento!! Ahahah! Não sabe brincar ao pega-pega!! A Nell-chan vai ganhar, outra vez!!! Ahhh…

– Nelliel quando eu te apanhar, nem cinzas vão sobrar para contar a história!

Grimmjow continuava a perseguir Nelliel e estava farto. Ele iria virar as coisas a favor dele. Agora ele iria ter a sua desforra. Com um sorriso macabro, desapareceu no sonido.

Nelliel parou de correr quando percebeu que deixou de ser perseguida. Até que apanhou um enorme susto, porque alguém por trás dela, amarrou ou seus braços e tapou a sua boca. Agarraram nela e levaram-na para um quarto escuro. Ela foi atirada, não com muita força, contra a parede, Nelliel não conseguia ver nada e já estava a começar a ficar assustada. Quem teria feito aquilo??

Foi quando ouviu uma gargalhada. Ela conhecia aquele riso. Não pode ser! Como ele foi capaz de fazer isso com ela!? Nelliel esforçou mais a vista e graças à pequena luminosidade da lua, finalmente o viu.

– Jow…jow…kun

– Quantas vezes tenho de dizer para não me chamar assim, N-e-l-l-i-e-l? – Grimmjow sussurrou na orelha dela pausadamente, como ela fizera com ele, e para concluir mordeu a sua orelha, arrancando um leve suspiro da espada.

Pela primeira vez desde que estava com ela, deixou-se ser guiado pelos instintos. A razãojá estava muito longe naquela altura. Ele queria era aproveitar. Porque não o faria? Além do mais foi ela que começou.

Ele puxou os cabelos esverdeados com força, beijando com voracidade toda a extensão do seu pescoço, marcando-a. Nelliel a esta altura já não controlava os leves gemidos, o prazer estava em cada um dos seus poros, queria mais… E sabia que Grimmjow não iria ceder fácil. Ele queria castigá-la, fazê-la implorar… Com as mãos atadas ela pouco ou nada podia fazer. Queria revindicar mas não tinha como. Outro suspiro formou-se na sua garganta.

A pantera devorou os lábios da espada. Queria sentir o seu gosto. Queria misturar os seus cheiros. Uma luta entre línguas era travada, da qual nenhum parecia querer ceder.

Num movimento ágil, Neliel consegue soltar-se graças a um vidro que estava pelo chão sujo. Agarra os cabelos azuis com força, mostrando nesse acto o seu desejo contido. Queria mais, e queria agora. Estava farta de joguinhos e queria partir para a acção.

Mordiscava os lábios, orelha, pescoço e o peito do azulado. Este por sua fez não evitava os rosnados. Revirava os olhos por conta do prazer. Não aguentando mais aquela tortura, disposto a acabar com as provocações e jogos, pegou nela ao colo. Esta abraçou-o pela cintura com as suas pernas e nunca parando de o beijar… Ele caminhou até a cama e deitou-se nela, sem nunca separar seus corpos. As carícias quentes foram sendo mais frequentes e nenhum deles se importava em poderem ser ouvidos.

– Só por esta noite, só por hoje, eu a farei minha… Nelliel.




Capítulo 8- Reencontro


Mundo Humano

Ulquiorra acabara de entregar o gigai emprestado na loja. Já tinha eliminado o hollow fugitivo. Como ele esperava, não era muito forte… Só era bom para fugir e esconder-se por algum tempo. Lixo.

Abrira uma garganta, pronto para regressar ao seu mundo. Estava farto de estar ali, onde tantas memórias perturbavam a sua mente. Voltaria para casa, e por fim ter o seu merecido descanso. Ou não. Muitas surpresas ainda o aguardavam.

Hueco Mundo

Orihime estava no topo de uma das torres do palácio. Sentia o vento a dançar com os seus cabelos. Sentia-se livre. Em paz.

Aguardava pacientemente o retorno do seu amado, enquanto imaginava a sua reacção e como ela própria agiria. Tinha receio que ele a odiasse. Era estúpido, mas não evitava ter alguns pensamentos negativos. Quando desabafava sobre esses temores qualquer um ria da cara dela. Acham que estou a fazer uma tempestade num copo de água. Talvez tenham razão.

Sentiu uma presença poderosíssima e a reconheceu de imediato. Sorriu, o seu sorriso mais bonito que dera desde que chegou.

– Ulquiorra, voltaste…

Ulquiorra entrou no palácio e viu que todos estavam à sua espera com sorrisos de orelha a orelha. Todos esperavam uma atitude sua e ele não percebeu o porquê. Neliel disse de uma forma suave, que pareceu mais uma mãe para Ulquiorra naquele momento.

– Sinta…

Ele continuou sem perceber mas decidiu fazê-lo. Ele fechou os olhos para concentrar-se melhor. E foi nesse momento que ele a sentiu. Abriu os olhos de forma brusca. Não acreditava.Aquela era a reiatsu… dela? Estava ligeiramente diferente mas era ela!

Ele desapareceu no sonido e apareceu um pouco atrás dela. A surpresa ainda era evidente no seu rosto… E felicidade?

Ela virou-se lentamente na sua direcção e deu-lhe o seu maior e melhor sorriso.

– Estava à tua espera, Ulqui-kun!

Ela esperava uma reacção da parte dele, mas nada! Ele não se mexia um centímetro sequer. Olhava paralisado para ela. Começou a entrar em pânico… Ele não gostaria dela naquela forma? Não a amava? Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.

Ulquiorra desfez o olhar surpresso. E caminhou na sua diracção devagar, como quando um felino estava pronto para atacar. Não desviavam os olhos por nada deste mundo. Orihime tinha-se esquecido como o seu olhar era penetrante e intimidador, de como era difícil respirarcom ele tão perto!

Ulquiorra com uma mão limpou as lágrimas dela e olhava tenramente para ela. Num tom de voz repreendedor mas ao mesmo tempo carinhoso:

– Demorou muito, onna…

Orihime riu com as palavras do espada, e por um breve momento parece que viu umligeiro sorriso na face dele.

– Perdoas a minha demora?

Olharam-se intensamente.

– Nunca mais me faças sofrer desta maneira. Esta angústia consumia-me todos os dias... Pensei que tinha-te perdido para sempre. Nunca mais saias do meu lado. Amo-te demais onna, amo tanto que chega a doer…

Os olhos da arrancar brilhavam intensamente, como nunca antes o fizeram.

– Por momentos, de fato, perdeste-me. Gostarias de saber como é o céu, Ulqui-kun?

– Mais tarde, por agora quero a minha recompensa pelo teu atraso.

Orihime ia dizer algo mas o espada a interrompeu. Beijou-a como tanto tempo sonhou, pensando que nunca teria outra oportunidade para o fazer.

Pegou-a pela cintura e agarrou-a com força, como se ela pudesse fugir a qualquer momento. Essa realidade esteve tão próxima dele que ainda o atormentava. Orihime acariciava com uma mão o rosto do amado e com a outra brincava com os cabelos da sua nuca, sentindo-o arrepiar.

Tiveram-se de afastar pela falta de ar, não abrindo sequer os olhos. Tentavam normalizar as suas respirações descompassadas. Orihime abriu vagamente os olhos e olhou para o rosto de Ulquiorra banhado pela luz da lua, prendeu a respiração… Lindo.

Uma das suas mão contornava as lágrimas eternas do quarto espada que não se mexia,aproveitando a carícia dos pequenos dedos.

– Uma vez disseste-me que eras vazio, que não podias sentias nada. Que não tinhas coração. Ainda acreditas nisso?

– Eu não tenho um coração perdi isso quando quebrei a corrente e transformei-me em um hollow… – os ombros de Orihime murcharam, ela acreditava que Ulquiorra tinha mudado esse seu lado, baixou a cabeça tentando não transparecer a sua decepção. Missão falhada.Ele notou e obrigou-a a olhar para ele- Não tenho um coração como o dos humanos. Mas tenho-te a ti… Orihime Inoue, o meu coração és tu. Tu és a fonte de todas as minhas emoções. O meu refúgio. Enquanto existires, não serei derrotado. Porque o motivo de voltar é mais forte. Eu sempre voltarei para ti. Porque tu mostras-te que a minha existência ainda podia ter significado. Tu és tudo para mim. Não esperes de mim declarações ensaiadas, prendas fúteis e festas de dias comemorativos. Não sou disso e tu bem o sabes. Mas podes contar com um amigo, com a minha lealdade, o meu respeito total e o meu amor Hime. Aishiteiru, hoje e sempre.

Orihime não acreditava no que ouvia. Estava incrédula. Este era o mesmo que a sequestrou, o servo mais fiel de Ainzen? O que aconteceu no tempo em que ela esteve “fora”?Ele bateu com a cabeça? De repente lembrou-se do que Aporro lhe disse e teve vontade de rir.

Colocou a cabeça no seu peito e chorou de felicidade. O seu sonho tornara-se realidade. Tudo estava perfeito agora. Eles estavam juntos. E ele amava-a!

Com uma ternura que só ele despertava nela, ela sussurrou só para ele ouvir, como se contasse um segredo.

– Aishiteiru mo.

A luz da lua parecia abraça-los, como se apoiasse a sua história de amor. Ela era atestemunha de tudo o que tiveram de sofrer para ficarem juntos.




Capítulo 9- Primeira Discussão

Hueco Mundo

Orihime abria os olhos serenamente. Formava-se um sorriso bobo no seu rosto.Entregara-se a ele! Foi a sua primeira vez! Lembrava-se de cada toque por toda a extensão de seu corpo, de cada beijo, de cada suspiro… O carinho dele. O cuidado para não magoá-la, até parecia que ele tinha-se esquecido que ela já não era humana. Não precisava de tantos cuidados. Mas mesmo assim gostou disso. Quem a podia censurar? Quem não gosta de ser mimado? Não precisava de ser protegida mas sabia tão bem ser protegida por ele.

A nossa hime encontrava-se nos aposentos do Rei de Hueco Mundo. Estava deitada em cima do peito do espada, enquanto com os seus dedos circulava o buraco hollow do seu amado, o número “4” e todos os seus músculos. Ulquiorra estava desperto mas mantinha-se de olhos fechados, agarrando-a possessivamente pela cintura contra o seu corpo.

Não diziam nada. Não era preciso. Palavras naquele momento só atrapalhariam. Ambos sentiam que estavam nas nuvens. Apreciavam a companhia um do outro e só queriam que isso perdurasse.

Orihime vinha a pensar numa coisa a algum tempo e não sabia se haveria de dizê-la ou não… Mordia o lábio inferior, receosa do que pensaria o seu amado. Arriscaria. Afinal, ele já estava habituado às ideias malucas dela, não é?

– Ulqui-kun… Ahum… Eu estava a pensar numa coisa… e bem… Eu preciso ir ao Mundo Humano. - Disse sem rodeios e esperou ansiosa pela resposta de Ulquiorra que não fora imediata. Isso não era bom sinal…

Ele abriu os olhos de repente e olhou para ela, furioso. Levantou-se da cama e começou a vestir-se.

– Não me diga que já está com saudade daquele substituto de shinigami, onna. Se está tão preocupada com ele, nem sei o motivo de ter vindo-me procurar… Fosse logo directa ter com ele e…– PLAFF. Orihime esbofeteou pela segunda vez o quarto espada mas desta vez, ficaria com a marca da sua mão.

A mulher dirigiu-se a um cômodo onde encontravam-se as suas roupas espalhadas. Não tinha pudor algum por encontrar-se despida na frente dele. Não tinha vergonha do seu corpo. E ele era o homem dela, porque haveria de ter vergonha?

Ao mesmo tempo em que se vestia ela falava, como se ele nunca a tivesse interrompido mas desta vez falava asperamente, como se lhe lançasse facas.

– Como já lhe disse eu não perdi os meus poderes de humana. E quero usá-los para proteger aqueles que me são minimamente próximos. Quero reviver alguns espadas e fraccións. Eu preciso de ir ao meu antigo mundo porque foi lá que o primeiro espada e a terceira espada mais os seus respectivos subordinados morreram. Pode não dar certo, mas quero pelo menos tentar. Esses foi alguns dos espadas que eu enxerguei algo a mais neles e vou fazê-lo. Até porque suponho que precise de mais servos leais, Ulquiorra-sama – Inoue praticamente cuspia as palavras. Não gostara das palavras dele, nem do tom dele. Da suadesconfiança. E não iria quebrar perante ele. Ele tinha que aprender que ela não era mais uma das suas subordinadas que abaixava sempre a cabeça quando ele olhava feio ou era mais rude.Não mesmo. Ela evoluiu exactamente para ser vista como igual, não um ser inferior.

O arrancar arregalou levemente os olhos. Aquela mulher dócil que estava com ele até alguns segundos era a mesma que agora estava na varanda a admirar a lua sem lhe dirigir um mísero olhar, respondendo secamente e arrogantemente!? Por um momento, deslumbrou-se com a mulher incrível que ela tornou-se. De facto não era a mesma menina que ele sequestrara e mantivera presa. E gostou disso.

Contudo tinha um pesar no seu peito. Ele sabia que havia sido duro demais… Que havia sido injusto. Mas temia perdê-la. Afinal ele era um monstro. Porque ela apaixonara-se por ele? Logo por ele? Aquele substituto não era comparável a um príncipe encantado? O salvador da princesa? Não fora por ele que chorara durante noites e noites? A sua linha de pensamentos foi interrompida.

– Eu sei no que estás a pensar Ulquiorra. Sei que quando olhas para mim, vês a menina frágil que chorava pelo “Kurosaki-kun”, a garota que sonhava em ser salva e ir viver com o príncipe e ter o seu “feliz para sempre”… E não te culpo por isso. Foi por isso que eu não te procurei quando recuperei a memória, não queria voltar a ser a dependente. Queria que me olhasses de maneira diferente. Eu pensava que o amava mas estava redondamente enganada, isso não era amor. Era atracção. Mas isso não passava de fantasias, Kurosaki-kun era uma ideologia. Mas tu Ulquiorra és a minha realidade, tu melhor que ninguém conseguias analisar-me. Sempre vias o pior de mim: medos, angústias, ódio, … O que eu tentava esconder de todos, tu conseguias ver. Ao início isso era frustrante. Odiava essa tua capacidade. Eu queria ser alguém melhor, não queria que ninguém se preocupasse comigo, queria que todos gostassem de mim. Mas tu mudaste-me. Eu consegui perceber que não precisava de ser outra pessoa ao teu lado, que não teria de temer em mostrar-te o meu pior. Tu não me julgavas. Me compreendias. Afinal todos temos um lado escuro que tentamos esconder. Não penses em ti como “monstro”, vê-te como meu salvador porque tu salvaste-me de mim mesma. E serei te grata para sempre por isso. Ulquiorra eu amo-te, não por seres a melhor pessoa que eu conhecia... Mas porque ao teu lado, me sinto a melhor pessoa do mundo. Mais leve, livre. Feliz. Só tu me dás isso. Por isso, te imploro, não desconfies de mim…

Orihime terminou o seu monólogo e abaixou a cabeça. Esperava do fundo do seu coração que ele percebesse o que ela queria dizer. Que não enxergasse aquilo como um drama.

Ulquiorra sentiu-se miserável por voltar a ser o responsável da sua dor. Mas também sentiu-se o ser mais afortunado com as suas palavras. Elas tiraram um peso de cima das suas costas. Ele foi até ela e confortou-a, não a conseguia ver sofrer.

– Desculpe… Não voltará a acontecer… Para variar, você está certa, onna. Tem a minha palavra, isto não irá se repetir. Não voltarei a desconfiar de você. Contudo, isso não significa que eu confie nele. – Mesmo assim era percetível o tom enciumado do quarto espada. Orihime não se deu ao trabalho de esconder o seu riso e perguntou cínica/brincalhona:

– Ciúmes, Ulqui-kun? De um humano?

– Andas muito tempo com a Nelliel, nem penses que sou aquele incompetente do Grimmjow. – Replicou não achando graça nenhuma à piada dela. Mas isso era de esperar.Afinal, era o Ulquiorra! No entanto, isso só aumentou ainda mais a gargalhada da arrancar.

– Podíamos ir todos ao mundo humano! Podíamos ir às compras, comprávamos roupas e muita, muita comida. Não me leves a mal, mas vocês não são muito originais com receitas culinárias. Acho que vou ser a cozinheira oficial de Las Noches, eu merecia tipo um título, uma alcunha, isso! A Nell-chan pode-me ajudar nisso… E, oh oh vou arranjar uma farda… O Ishida-Kun tinha óptimas ideias para fardas, ainda me lembro de algumas… Podia ser rosa… Ou branco… hum…

Orihime continuava a divagar no seu próprio mundo de fantasia enquanto Ulquiorra há muito deixara de a ouvir… Ainda havia a antiga Orihime nela. Isso fez um breve sorriso brotar no espada mais gélido de Hueco Mundo.

– Eiii Ulqui-kun, por acaso estás a ouvir-me? – Só agora percebeu que o espada estava no mundo da lua e não lhe ligava a nenhuma. Fez cara de emburrada, com um beicinho que o espada descreveu como “adorável”. – Tenho a tua autorização para espalhar a notícia? – Perguntou esperançosa.

– Que notícia? – Ulquiorra arqueou uma sobrancelha, estava com o pressentimento que não vinha boa coisa.

– Que os melhores espadas que Las Noches já viu tem direito a férias exclusivas no Mundo Humano, no antigo apartamento de uma antiga humana. Enquanto uma nova arrancar fazia pesquizas para aumentar a nossa família. Ulqui-kun, vá lá!! Temos de aproveitar, ainda somos jovens! Temos que aproveitar o fogo da juventude! A não ser…– Orihime assumir uma postura irónica e maliciosa- … que o ex quarto espada já não aguente umas férias fogosas noutro mundo. Bem eu tenho que aceitar que nem todos tem a mesma pedalada. Talvez eu tenha pegado um pouco pesado contigo, precisas de um tempo, eu aceito. É só…– Foi interrompida bruscamente por dois braços que a apresaram contra a parede. Atingira em cheio no orgulho dele, era exactamente esse o seu objectivo. E acertou em cheio.

Ele num tom sedutor (lê-se “sexy”) disse bem perto do seu ouvido, como se certifica-se de que ela ouviria mesmo.

– Amanhã mesmo estaremos no Mundo Real. Manda todos preparem-se. E quando lá chegarmos… acertamos as contas e mostro-te quem “precisa de tempo”. Espero que a língua não seja a única coisa afiada que tenhas.– Dito isso afastou-se para tomar um banho.

Orihime não conseguiu evitar sentir vários arrepios pelo corpo inteiro. Este lado do Ulquiorra… Sempre a surpreendia. O corpo dela tornava-se gelatina… Tornava-se tão frágil, submissa.

Com um sorriso no rosto começou a saltitar em direcção da porta, olhando de relance para trás.

– Isto de passar de prisioneira para primeira-dama, tem as suas vantagens. Quem diria que ser a namorada do Rei do Hueco Mundo fosse tão… hum… prazeroso!?

O quarto espada ouvia as suas gargalhadas pelos corredores e ele próprio achara piada ao comentário, nada inocente, da sua mulher. Isso estava a tornar-se mais frequente. Tinha de ter cuidado. Já nem se reconhecia. Mas ao lado dela, até que era irrelevante. Ele sabia queInoue Orihime destruía todas as suas barreiras. Não conseguia ser imune a ela. E nem queria.Com esse último pensamento foi tomar um banho gelado.




Capítulo 10- Mestre na Cozinha
Mundo Real

– Ulqui…

– Não.

– Por favor….

– Não.

– Que cruel! Não te interessa que eu…

– Não.

Cinco minutos depois…

– U…

– Não.

– Mas eu nem perguntei nada ainda!

– Mas vais perguntar. E a resposta é não, onna.

– Puff. Mas qual é o teu problema?

– Onna, olha à tua volta. Tens noção da quantidade de coisas desnecessárias que compras-te? J não posso carregar mais sacos.

– Ulqui-kun roupa e comida não são coisas desnecessárias! São bens essenciais! Aliás o Gimmy pode ajudar!

– Essenciais para humanos, futilidades para arrancares. “Gimmy”? – Ulquiorra arqueou uma sobrancelha em claro desagrado e continuou- Ele também não pode. A Nelliel está a abarrotá-lo também com as suas compras. Ainda nem acredito que obrigaram-nos a vir a este centro comercial para isto. Não querias fazer as tuas pesquizas?

– Foi a nova alcunha que lhe dei o nome dele é muito complexo! Não me olhes assim Ulqui-kun… Não queria tratá-lo da mesma forma que a Nell-chan, esse nome é especial. – Ulquiorra fazia cara feia para a Hime mas ela logo retomou ao assunto principal- Eu bem disse que Syazel-kun devia ter vindo e ajudarmo-nos! – Orihime fez cara de desanimada, ainda havia muita coisa que queria comprar, mas teria de concordar com ele. Por hoje chega, provavelmente amanhã voltava e depois iam passear, mas desta vez trazeria o oitavo espada com eles, afinal eram mais dois braços, sorriu travessa com esse pensamento e continuou–. E sim quero fazer as minhas pesquizas. Mas neste momento o meu objectivo são as férias, não sejas tão carrancudo Ulquiorra.

Ele fechou a cara. Gostava de estar com ela. De passar tempo com ela. Mas ir àscompras com ela, ou melhor com duas espadas…! Era uma missão impossível, até mesmo para ele, Rei de Hueco Mundo. Suspirou. Tinha de aguentar agora, não havia nada a fazer mesmo.

– Acho que devemos voltar para casa, por hoje já chega de compras… Temos de ir fazer o almoço! Há muito tempo que não cozinho! Podíamos fazer massa, muita massa, com chocolate por cima… E oh oh colocar morangos por cima, para ficar mais doce! – Ela ignorava a cara de assustado de Ulquiorra, prosseguindo com as suas divagações- O que achas Ulqui-kun?

– Acho que terei de ser eu a tratar do almoço se quiser comer algo combustível. E no meio de tanta tralha, espero que tenhas comprado algum livro de receitas culinárias… E aconselho que vejas aqueles programas de televisão que ensinam a cozinhar, vão-te ser úteis.

– Que cruel Ulqui-kun! – Inoue fez biquinho, não percebia o problema da sua comida… A Rangiku-san tinha adorado! Pensar nela fez uma saudade bater dos seus amigos, mas logo espantou tais pensamentos e colocou um belo sorriso.

– Estou farto de andar de loja em loja sua doida! Eu já não aguento com tantos sacos! Oeee, estás a ouvir-me… Espera aí… É que nem morto entro numa loja dessas! – O nosso querido sexto espada era puxado, praticamente levado pelo braço, pela nossa espada que entrava em várias lojas, em todas aliás. Ele berrava com ela, chamando a atenção alheia. Não que algum deles tivesse preocupado com isso. Mas uma loja chamou a atenção da arrancar: roupa interior feminina. Houve uma lingerie vermelha rendada a preto que chamou a sua atenção e ela quis ir buscá-lo, mas claro com resistência por parte dele. Nada que ela não resolvesse. Bastava um puxão mais forte.

Grimmjow estava vermelho da cabeça aos pés. Tentava esconder o rosto a todo o custo. As coisas não podiam piorar! Mas aí é que ele estava errado. O destino parecendo ouvir os seus pensamentos, deu um jeito de piorar a situação…

– Vejo que a menina tem bom gosto – o vendedor sorria amigavelmente, após a Nelliel dizer o que queria, este embrulhava o objecto e neste momento entregava-o na sua mão-Espero que o seu namorado goste e que não seja tão embaraçado na hora H como está agora… Tenho a certeza que quando a vir utilizar isto vai até esquecer a vergonha todinha…– Sussurrando para dela para que ele não ouvisse, se ele fosse um humano até que não se ouvia mas este não o sendo ouviu na perfeição o seu comentário- Não se preocupe, este tem é ultra resistente, mesmo que o arrancasse com os dentes não o deixará em farrapos.

Nelliel saiu da loja a gargalhar como uma louca, acompanhado por um rapaz que só queria encontrar um buraco onde se enfiasse. Teve vontade de gritar: Droga de destino, eu disse aquilo de forma retórica não queria que me respondesses ou que me provasses que estava errado!

Os quatro acabaram-se por encontrar e juntos foram para casa, as meninas conversando alegremente sobre a sua manhã animada. Os rapazes iam mais atrás calados e emburrados, agiam como se não as conhecessem.

Esfomeados, mal chegarão a casa foram direitos tratar do almoço. Bem não todos. Por ordem do Ulquiorra, Inoue Orihime fora barrada na entrada da cozinha. Estava extremamente proibida de aproximar-se sequer da cozinha. Ela bufava irritadíssima.

Mas quando chegou a hora e o comer veio para a mesa, ela esqueceu tudo isso. A refeição estava óptima! Tinha de admitir, o Ulquiorra era um mestre na cozinha! Inoue imaginou o espada só de avental a cozinhar, com o seu ar frio junto do fogão… A cortar os alimentos com a sua mestria… Ai que tentação! Era a perdição de qualquer mulher... Ele era um pedaço do pecado. Teve que conter sua mente pervertida e continuar a comer calmamente.

O dia estava perfeito, até demais. Amanhã acabaria as brincadeiras e começaria o trabalho!



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