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 Os Sentimentos de Ulquiorra

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Rukia-nee-san
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Os Sentimentos de Ulquiorra Empty
MensagemAssunto: Os Sentimentos de Ulquiorra   Os Sentimentos de Ulquiorra Icon_minitimeSeg 21 Jul 2014 - 18:22

Gomen, eu vou dividir isto em algumas partes se não fica muito grande...
--x--x--


Capítulo 11- Pesquizas

Mundo Real

Os nossos protagonistas repousavam tranquilamente na cama da ex humana. A noite estava bonita e tranquila. Uma brisa fresca penetrava no quarto, bagunçando levemente os cabelos alaranjados. Tudo parecia calmo. Até ao momento.

– HIME-CHAN!!!! SOCORRO! ME AJUDA!!!

Eles acordaram assustados com o grito da Nelliel. Levantaram-se rapidamente e ficaram em estado alerta. Quando saíam do quarto encontraram uma expressão preocupada no oitavo espada que também saía de outro quarto (o de Sora, irmão falecido da Orihime), se não fosse o ambiente em que se encontravam, até poderiam rir da situação.

Orihime tinha os cabelos bagunçados e estava com uma camisa de seda rosa bebé, que ia até às coxas. Ulquiorra estava em tronco nu com umas calças brancas vestidas. Enquanto oAporro estava com um vestido largo até aos pés, branco com riscas roxas. Com um gorro de dormir na cabeça, também ele branco com um pompom da mesma cor das riscas. E um chinelos roxos também de dormir.

Os três entraram na sala… O espanto foi geral. 1, 2, 3 segundos… Ulquiorra tinha vários veias a saltarem-lhe na testa. Não acreditava que o seu sono com a sua Hime fora interrompido de forma brusca por causa daquela cena, nem queria acreditar no que seus olhos presenciavam. Aporro piscava os olhos e juntou-se à Orihime na sua gargalhada. Aquela cena era hilariante!

Era mais uma das brigas entre Grimmjow e Nelliel.

Nelliel escondia-se atrás do sofá tentado escapar à fúria do espada. Este mais parecia que estava possesso. Estava encharcado da cabeça aos pés.

– SUA MALDITA!! QUERES ME EXPLICAR O QUE TE DEU PARA ME ATIRARES UM BALDE DE ÁGUA!!?

– Calma Jowjow-kun! Era para ser só um pouquinho mas aí veio um coelho para o meio dos meus pés, a Nell atrapalhou-se, acabando por escorregar e a água caiu em cima do Jowjow. Nell-chan está inocente! Foi um acidente!

– MAS TU ACHAS QUE EU POR ACASO SOU BURRO? QUEM IRIA ACREDITAR NESSA HISTÓRIA DE COELHO!?

– A Nell-chan não acha o Jowjow-kun burro! Só… só acha que não é muito dotado de inteligência… Diria um pouco mais lento de raciocínio, mas só isso!

Grimmjow ficou ainda pior, se é que era possível, as palavras dela magoaram o seu orgulho profundamente. Essa ele não deixaria passar em branco. Ele pegou no balde que ela deixou cair quando ele despertou, encheu-o com água bem, bem fria. E com um sorrisinho de canto, aproximou-se dela.

– Nelliel tens a partir deste preciso momento dez segundos para começar a correr…

Ela fugiu. Nem esperou um segundo a mais sequer. Ela saiu do apartamento em alta velocidade e ele correu atrás dela sem esperar os dez segundos acabarem.

Os espectadores dirigiram-se cada um para os seus respectivos quartos e voltaram a dormir.

Já no quarto, ambos preparavam-se para deitar.

– Devias ficar feliz por eles, divertir-te mais. Não sejas tão negativo. Temos que admitir que a situação até foi cómica.

– Não vejo motivo para isso, onna.

– Sabes Ulquiorra… Houve uma altura em que pensei que poderia ser feliz sozinha. Que eu tinha sempre razão. Mas eu estava enganada. E percebi isso quando aprendi a ouvir. Sim, ouvir. Quando aprendi o quão bom é ouvir o som de uma gargalhada em simultâneo da nossa. Eu não quero que mudes o teu jeito Ulqui-kun… Mas gostava que admitisses para ti mesmo a importância de nossos amigos.

Dito isso, Orihime deu um beijo de boa noite ao quarto espada na bochecha e acomodou-se no seu peito para em fim dormir. Ulquiorra nada disso, mas reflectiu sobre as suas palavras.

Os primeiros raios solares entravam pela janela do quarto de Orihime, despertando-a. Ela e Ulquiorra foram tomar banho juntos, e entre beijos foram para a cozinha onde encontraram um homem de cabelos rosa a fazer o pequeno-almoço.

– Ohayoo Syazel-kun! Onde está o casal mais fofo?

– Queres dizer o mais barulhento, onna.

– Ulqui-kun não sejas mau…

– Eu gostava de responder a isso Orihime-san. Mas é que na realidade nem eu faço ideia de onde eles estão. Eles sumiram durante a noite e até agora ainda não voltaram. Devem-na ter aproveitado muito bem, como é que os humanos dizem… ah é “a noite é uma criança”!

Todos riram sem exceção. E começaram a comer. Do nada, Grimmjow e Nelliel apareceram, dão os “bons dias” e sentam-se para comer. Estavam muito calados. Era percetível o tom rosado na cara de ambos. Aporro não deixou a oportunidade de provocar o sexto escapar.

– Bem, isso é que foi correr. Imagino que se tenham cansado muito de “correr” esta noite… Até estão vermelhinhos…

Grimmjow que estava a beber água, engasgou-se e lançou um olhar mortífero ao oitavo, ameaçando-o. Mais uma boca e morres. O espada percebendo o recado calou-se, mas não desmanchou o sorriso irónico.

Já a pobre Nell estava tão vermelha que parecia que tinha febre. Com medo de ouvir mais bocas, pegou na sua loiça suja e foi lavá-la, afastando-se assim dos demais.

A manhã decorreu normalmente, mais ninguém tocou no assunto da noite passada e por isso a casa estava silenciosa. Algo muito estranho, quando nessa casa estão Nelliel e Grimjow debaixo no mesmo teto. Mas até estavam a suportar a presença um do outro. Estranho. Afinal o que aconteceu na noite passada?

Orihime e Ulquiorra prepararam-se para procurar o lugar exato de onde ocorrera a batalha entre Aizen e os shinigamis. Ao que tudo indica, os restos dos espadas encontravam-se no meio de uma floresta.

A arrancar trabalhou até ao amanhecer. Conseguiu o que queria, descobriu onde foram mortos agora tinha de voltar a transformá-los para as suas formas originais e por fim revivê-los. Essa última fase já seria em Las Noches. Era um risco ficar tanto tempo em Karakura e ela sabia disso.

Ela queria mostrar-se para os seus amigos mas não agora. Ainda não se sentia preparada. E se eles a recusassem? Pior, odiassem? Isso criava um grande aperto no seu coração só de imaginar. Ela ainda amava seus companheiros. Sorria ao lembrar-se de quando invadiram a Soul Society para salvar a Kuchiki-san. Foram bons momentos. Apesar de estes que ela agora vivia serem melhores.

Eles voltaram para casa. Orihime estava exausta e quase ia desmaiando por conta do cansaço. Ao reparar nisso Ulquiorra pegou nela ao colo e levou-a assim mesmo para casa. Elacorou ao início mas depois acomodou a cabeça no pescoço dele e adormeceu. Algumas pessoas olhavam para eles com uma cara estranha mas ele nem estava minimamente preocupado com isso. Outra pessoa qualquer estaria envergonhadíssima. Mas ele não. Ele era Ulquiorra Schiffer.

E há certas coisas que nunca mudam.

Apesar de certas coisas mudarem. Ele continuava o mesmo de sempre, mas houve algo que dentro dele mudou, e a razão disso estava nos seus braços.



Capítulo 12- FlashBack


A noite em Karakura estaria bem calma, se não fosse por dois espadas a correrem como loucos aos gritos.

– Perdoa a Nell, Jowjow-kun!

– Nem no outro mundo te vou perdoar, prepara-te para a vingança!

– Jowjow-kun nunca te ensinaram que a vingança é uma coisa muito feia!? Ainda por mais com uma pobre menina indefesa!?

– E tu? Nunca te ensinaram que não se lança água enquanto os outros dormem!? Por tua culpa perdi a melhor parte do sonho! Logo no momento em que me tinha declarado a ti... – O espada amaldiçoara-se eternamente pela sua boca grande! Como ele tinha cometido umdeslize daqueles!? Ele implorava aos céus que ela não tivesse ouvido… Mas suas esperanças desmoronaram quando ela parou de correr e virou-se completamente para ele com os olhos arregalados e a face vermelha. Maldição!

– Jowjow-kun ama Nell-chan?

– Claro que não! Quem raios amaria uma mulher sem sal como tu? – Mentira descaradamente. Nelliel era uma mulher atraente, a mais atraente que já vira na sua vida. E ele já vira ao todo como ela era bela. Experiência própria.

– Tu próprio o disseste Grimmjow! Até quando pensas ignorar os teus próprios sentimentos! Por uma vez na vida, deixa de ser cobarde! – Ele estava surpreso. Surpreso era eufemismo. Ela nunca o chamara pelo nome, sempre aquele apelido carinhoso. E isso doeu. Uma parte de si gostava disso. Além do mais, a Nelliel não estava a brincar nem tão pouco era mais um daqueles seus casos de melo dramas, típicos dela. Estava a falar a sério. Ele nunca viu isso nela. E ela estava brava. Oh se estava. Arrepiou-se. Mas desta vez de medo.

Nelliel aproximou-se dele. Estavam muito perto. Ele não se mexia e se tivesse um coração, neste momento estaria acelerado, a querer sair do peito. De certeza que ela ouviria a sua respiração alterada pelo nervosismo.

Ela continuava séria. Aproximou-se dele e beijou-o, não como os outros, que transmitiam desejo, luxuria, voracidade… Não. Este era calmo, transmitia algo a mais: amor.

– Por uma vez na vida, sê sincero contigo mesmo Grimmjow. E comigo… Será tão difícil para ti aceitar que eu amo-te. Que dói sempre que me tratas com indiferença ou que finges que não sentes nada por mim. Dói ter que fingir que não percebo isso… Espero que nunca sintas algo semelhante ao que eu sinto nesses momentos.

Culpa. Era o que neste momento o descrevia. Ele não gostava desse sentimento. Era doloroso. Os olhos dela o incriminavam, o reprovavam. A dor latejava no seu peito. E numa atitude desesperada ela agarrou os braços dela com uma força colossal, como se pedisse parao ajudar a suportar aquela dor, e aproximou os seus rostos.

– Queres que seja honesto? Muito bem vou sê-lo. Eu não sei o que sinto… Não sei se é essa droga de amor como tu lhe chamas. Só sei que isto está a enlouquecer-me. A toda a hora dou-me a pensar em ti, na nossa noite! Quero esquecer, mas não consigo. Odeio-me sentir fraco, impotente mas é isso que sinto quando tu estás ao meu lado… Não gosto quando te olham, dá-me vontade de matá-los a todos só por se atreveram a olhar para o que é meu.Detesto quando sofres, sempre que sofres eu acabo por sofrer. A tua dor é a minha. Sinto que estamos ligados de alguma forma… Não sei como nem porque mas não gosto de estar tão dependente de alguém mas acho que agora é tarde para voltar a atrás. Não sei o que é amor, só sei que não vivo mais sem ti, não me imagino sem ti. Pela primeira vez, estou a ser leal a uma mulher, aliás nunca fui leal a ninguém. Nunca me preocupei com ninguém. Espero que tenhas consciência disso, que nunca te esqueças do que eu te disse porque eu não vou repetir.

Ele abraçou-a com força. Tinha vergonha de encarar o seu rosto depois do que acabara de dizer.

Nelliel não cabia em si com tanta felicidade. Estava feliz. E muito. Amava-o, e ele correspondia! Podia correr e cantar a toda a gente as boas novas mas naquele só queriaaproveitar o abraço cálido que ele lhe proporcionava. Queria aproveitar aquele momento ao máximo e conservá-lo na sua memória.

Quanto tempo estiveram naquela posição, não sabiam. Só repararam que estava tarde quando o sol começou a nascer. Assistiram o amanhecer, juntos, abraçados. E depois voltaram a caminhar para casa de mãos dadas.

Mas talvez ainda fosse muito cedo para contarem aos amigos.

Por enquanto seria um segredo. Um segredo só deles.




Capítulo 13- Dia de Sol


Mundo Real

Karakura era uma cidade conhecida pela sua beleza, principalmente em dias que o sol brilhava intensamente. Orihime tinha finalizado as suas pesquizas e já alcançara a segunda fase do seu projecto: reconstruir os corpos dos falecidos arrancares. Os dias no mundo humano estavam contados. Por isso, decidiram aproveitar estes últimos dias, em especial este. O dia estava extremamente quente. Ótimo para sair de casa.

A turma dos espadas decidiu ir à praia. Corrigindo: as meninas forçaram os meninos a irem. Quando digo forçar, digo é usar a força física e verbal. Mulher brava é mais forte do que um exército hollow. E neste caso eram duas. E o Aporro? Esse estava no lado vencedor. Não queria estar na situação deles, nem delas! Decidiu manter-se neutro e assitir à briga, mas não sem as suas pipocas e sumo. Gostava de estar no seu canto sossegado, sem confusões. Mas uma ou outra vez, provocava o Grimmjow com comentários do género “A submeter-se à vontade de uma mulher, sexto? Temos amor…”… Claro que só mandava essas bocas quando elas estavam em clara vantagem.

Era provocador, não burro.

No fim, elas venceram (como esperado). E prepararam-se para ter o seu tão merecido banho de sol.

Mal entraram na praia, as espadas chamaram de imediato a atenção masculina. Nelliel usava um biquíni pequeno rosa choque, relevando a cor do seu cabelo que estava solto e a sua linha púrpura que estende horizontalmente o rosto abaixo dos seus olhos. O sol também realçava ainda mais a cor de seus olhos. Os seus olhos pareciam de um felino. Uma mulher irresistível.

Orihime, por sua vez, apanhara o cabelo com uma trança que escorria pelo seu ombro esquerdo, revelando o seu elegante pescoço. Isso também realçava as maçãs rosadas do seu rosto e os seus olhos cinzentos brilhantes. Usava um biquíni menos provocador que a Nelliel mas nem por isso menos bonito. Branco, com flores rosa. Uma deusa. Era o que pensavam quando viam aquela beleza singela.

Elas estavam animadas a conversar, alheias a tudo. Aporro estava a mexer no seu cabelo rosa, que brilhava intensamente com o sol. Sorria com superioridade, achava-se o homem mais bonito de toda a praia – e arredores-, balançava a cabeça para repararem no seu cabelo, com um sorriso de orelha a orelha.

Quanto ao quarto e sexto espada. Esses dois estavam encostados a um canto com umacara de dar medo. Qualquer um que os visse, aterrorizava-se e fugia a sete pés, a tremer de medo. Nunca tiveram uma cara tão carrancuda como naquele momento. Porquê? O motivo não era só por terem sido obrigados, praticamente arrastados até à praia… Mas eram os olhares de sede dirigidos às suas mulheres.

Grimmjow por vezes não aguentava mais a situação e envolvia-se em lutas, tendo que ser agarrado pelo Aporro e a Nelliel antes que criasse uma tempestade e chamasse ainda mais a atenção. A Nell sempre vinha depois com as suas lições de moral em como não podia bater em humanos, que não fizeram mal nenhum… Mas ele nem lhe prestava atenção! Ainda pensava em trinta e uma maneiras de torturar aqueles humanos insolentes.

E o Ulquiorra? Ao contrário do outro espada, este era astuto e ágil. Sabia muito bem que se fosse apanhado iria levar uma bronca da Hime, por isso era discreto. Ardiloso era o seu sobrenome. Ao contrário do outro, ele agia pela calada. Espancava os seres imundos e saía como se não fosse nada com ele. Praticamente matava-os e depois fazia cara de inocente. E Orihime não desconfiava de nada.

Depois de muitos inconvenientes decidiriam lanchar. Eles estavam a comer nas suas toalhas algumas sandes feitas pelo Szazel quando o Grimmjow dá um pulo, agonizado de dor e olha furtivamente para Nelliel.

– DESGRAÇADA, FOSTE TU!!

Ninguém percebia o que aconteceu. Só a Nell é que parecia entender a situação e sorria como se nada fosse.

– Jowjow-kun tens de ser mais específico, esta Nell não sabe do que estás a falar.

– NÃO GOZES COM A MINHA CARA NELL! ESTOU A FALAR DO CARANGUEJO!!! METESTE ESTE ASQUEROSO BICHO AO MEU LADO PARA ELE ME ATACAR COM AS SUAS GARRAS NO MEU TRASEIRO! ESTOU TODO DORIDO E POR CAUSA DESTE BICHO LARANJA NÃO CONSIGO SENTAR-ME!

– Nell??? Grimmjow desde quando tratas a Nelliel-san por um apelido afectivo. Temos algum compromisso assumido implicitamente, senhor espada? Não tens algo para nos contar? – Nem esperou que ele respondesse- E não contavas nada aos teus amigos… Isso magoou “Jowjow-kun”, assim é que se vê os amigos verdadeiros. Eu até percebo que não queiras contar ao casal UlquiHime agora que andam sempre nos cantos agarrados aos beijos e te sintas incomodado em interromper ou temeres de ver algo que não queiras ver, mas a mim? O teu fiel camarata? Eu nem namorada tenho! Estou muito desiludido contigo… – Pausa dramática. Szazel fazia um teatro disposto de provocar a sério o espada. E conseguiu.

Grimmjow estava mais vermelho que um tomate, tanto pela vergonha do seu descuido quer pela raiva.

– Cala-te bola de pêlo cor-de-rosa! A conversa não chegou a ti! E Nelliel espero uma resposta!

– Lamento ter estragado o clima de romance, não precisas de ficar assim! – Retrucou o oitavo, mas quando viu a cara de fúria do outro decidiu calar-se. Por hoje.

– Jowjow-kun não te portes assim! Não vês que o Sebastian quer ser teu amigo!? Isso foi o cumprimento de amizade! Assim deixas o magoado. E não tenho culpa que estejas dorido, Jowjow… Tu és muito sensível. – E com isto, Nell atacou em cheio no espada azul. Ele percebeu o segundo sentido daquela frase e tinha vontade de a matar. Mas o seu orgulho falara mais alto e não deixou a discussão morrer.

– Sebastian!? Agora queres dar nome a todos os bichos que encontras na rua!? Já agora leva-o connosco para Las Noches!

Os olhos da espada brilharam. Não se tinha lembrado dessa hipótese mas ficou eufórica com as partidas que poderia pregar ao espada com o seu novo amigo no Hueco Mundo. Ela pegou no caranguejo e colocou-o ao seu lado. Falava com ele e contava como seria a sua nova vida a partir daquele momento.

Todos estavam com uma gota na cabeça. Ao perceber as intenções da menina, Grimmjow não sabia se a ofendia pela sua ignorância ou se ficava irritado por ela o estar a ignorar. Deixou passar. Pelo menos ela não o chatearia mais. Grande erro.

O dia passou rápido e os espadas tiveram de retomar ao seu mundo. A saga no mundo humano acabara… Tinham afazeres para concluir. A vida de trabalho retomaria.

E novos problemas surgirão.



Capítulo 14- Noite Agitada

Hueco Mundo

Inoue Orihime repousava num cadeirão virado para a varanda do quarto. Tinha uma óptima vista. Fora uma coisa que aprendera a apreciar: o céu de Las Noches. Por muitoescuro que seja tem sempre a brilhante lua para o iluminar. Ela esperava que Ulquiorra acaba-se os seus afazeres e volta-se para o seu lado. Precisava dele. Sentia-se angustiada. Que a qualquer momento iria desmoronar-se. Lembra-se da conversa que teve com Urahara e Yoruichi depois de devolver os gigais e preparar-se para irem para o seu mundo. Ela contou-lhes toda a história e por incrível que pareça ficaram felizes por ela. Urahara ficou eufórico, não parava de fazer perguntas, e uma ou outra vez Yoruichi dava caldos no homem para este deixar de ser tão inconveniente. Este acabava por sorrir com uma mão atrás da cabeça, acompanhado de um ligeiro rubor na face.


“Tens a certeza Hime? Não queres mesmo contar para o Ichigo e os outros? Eles precisam de saber… Mais cedo ou mais tarde irão descobrir… - Yoruichi falava num tom meigo, compreensivo, contudo alertava-a para o perigo do seu silêncio.

– Enquanto eu puder evitar, fugirei do assunto… Não me sinto preparada… - Orihime tentava disfarçar os seus receios, mas não fora muito bem sucedida.

– Mais vale eles saberem por ti do que por outras pessoas… Eles não vão conhecer a tua versão assim e vão interpretar mal toda a situação. Imagina que alguém descobre os teus planos de ressuscitar os espadas? Que o Ulquiorra é agora o novo Rei? Ichigo pode pensar que ele quer vingança e que estão a reconstruir o exército para os atacarem. Ele acaba por envolver a Soul Society. E aí é guerra na certa. Eles não vão querer saber das tuas justificações, vão limitar-se aos factos. – Orihime quase vacilou ao pensar nessa hipótese. O seu temor era enorme.

Não... tudo menos isso. Ela queria que a paz se prolongasse. Tinha medo mas teria de enfrentá-lo. Com a voz firme afirmou:

– Certo. Eu agora preciso de regressar mas voltarei. Pelo que me disseram o Kurosaki-kun regressa daqui dois dias. Preparem os gigais, o meu e o do Ulquiorra, e deixem-nos na minha casa. Nós falaremos com ele e resolveremos esta situação de uma vez por todas.

Urahara e Yoruichi por um momento assustaram-se, trocaram um olhar e o dono da loja humilde decidiu pronunciar-se, com cautela para não preocupar ainda mais a pobre moça.

– Orihime-san tens a certeza que é boa ideia levar o Ulquiorra? O Ichigo pode explodir e…

– Urahara-san, agradeço a sua preocupação… Mas o Ulquiorra vem comigo, isso é incontornável. O Kurosaki-kun tem aprender a lidar com isso e tem que nos ouvir aos dois.

Eles acabaram por acenar mesmo não apoiando a ideia.

Ulquiorra acabou por entrar na sala calado e com o olhar distante, ela entendeu. Ele ouviu tudo. Inoue levantou-se e sorriu na sua direcção como uma súplica subentendida. O quarto espada percebeu e acudiu-a na sua súplica. Abraçou-a forte. Transmintindo toda a sua segurança e levou-a dali. Queria mante-la segura, longe dos problemas.”

Ela estava perdida nos seus pensamentos. Quando sentiu algo tocar o seu ombro direito e virá-la para a direcção oposta a que se encontrava. Ela não estava surpresa. Habituara-se aos aparecimentos repentinos do silencioso espada. Apesar de por vezes ele ainda a assustar.

– Estás distraída onna. – Ulquiorra acariciava o pescoço da princesa de Las Noches com a ponta do seu nariz. Respirava calmamente contra o pescoço dela, sentia o perfume dela. Orihime já não pensava em mais nada. Simplesmente sentia. E quão bom era sentir. Era tão reconfortante. Sentia-se uma criança, sempre sendo mimada. Ele tinha um grande poder sobre ela, mesmo não fazendo nada para isso. O espada tinha uma das mãos, fixa na cintura de Inoue enquanto a outra brincava nas costas dela.

Ela aproximou-se dele, havendo apenas uma pequena distância que os separava. Erguera o rosto para olhar nos seus olhos. Os seus olhos! Sempre a acalmavam. Era um calmante para ela. Perdia-se tantas vezes naquelas esferas verdes. Ela colocou as suas mãos no peito dele, agarrando nas suas vestes com força, como se temesse que ele desaparecesse.

– Preciso de ti. – Palavras simples mas com uma grande carga emocional. Ela só queria uma vida tranquila. Mas até isso lhe negavam. Quase lhe roubaram o amor da sua vida… E isso ainda era possível de acontecer... Tremia nos braços do espada de pele gélida, mas com um abraço tão quente. Tinha pavor só de cogitar que o poderia perder.

Ulquiorra entendia-a. Sabia o que ela estava a passar. E temia o mesmo que ela. Mas ele não a queria naquele estado. Queria vê-la sorrir. Ela era linda a sorrir. De todas as suas expressões, essa era aquela que ele mais amava. Fora por essa que ele apaixonou-se, e continua a ser essa que aumenta o seu amor cada dia que passava. Pensava que era impossível amá-la mais do que aquilo que amava, mas logo via que estava errado.

Ele com o polegar contornou os lábios entreabertos da moça, sentia a sua textura e observava os seus olhos. Sentia-se amado incondicionalmente sempre que ela o olhava daquele modo.

Roçou os seus lábios de leve nos dela, parecendo que ia beijá-la. Ouviu um som de reprovação da parte dela. Sorriu ligeiramente ao perceber que ela estava tão ansiosa quanto ele.

Por fim, um par de tímidos lábios se uniam com os dela. Moviam-se lentamente e suavemente, estava prestes a derreter devido ao ardor prazeroso que sentia ao roçarem as suas bocas. E ao sentir que ela lhe correspondia com a mesma paixão, esse sentimentointensificou-se ainda mais.

Depois de alguns segundos a tentarem conter a paixão que sentiam, perderam o controlo das suas mentes, e deixaram que os seus corações os guiassem. Começaram por mover os lábios de forma mais apaixonada, e Orihime não evitou um gemido contra os lábios dele perante a ternura e a emoção de sentir os seus lábios contra os dele.

Em um momento ela decidiu, com uma das mãos no pescoço do espada, aproximá-loainda mais dela.

Ulquiorra sem pensar, respondeu com um gemido de aprovação. Sentia como a sua cabeça cada vez mais nublava-se e os seus pulmões implorarem por oxigênio. Contudo ele não queria deixar de a sentir, de gravá-la na sua cabeça, demonstrar o quanto a amava.

Separaram-se agitadamente e com os olhos fechados, permitindo que o ar puro limpasse as suas mentes. Contudo os dois não se afastaram um do outro.

Quando iam retomar ao que faziam ouvem um barulho de lado de fora do quarto. Ulquiorra usando o sonido, abre a porta rapidamente. Ao fazer isso, três espadas caem inconscientemente no chão, apanhados de surpresa.

Levantaram-se rapidamente, riam envergonhados por terem sido apanhados a espioná-los. Tentavam arranjar uma boa justificação para o espada impaciente. Sabiam que se não arranjassem uma desculpa credível, que estariam em maus lençóis.

– Ulquiorra-sama! Nem imagina o que aconteceu! Foi horrível, uma catástrofe…– Nelliel enrolava-se nas palavras, divagava com o intuito de distrair o espada de olhos verdes, que não tinha nada boa cara. Os outros dois espadas olhavam com um certo receio para Nelliel, temiam que ela fosse dizer disparates e irritar ainda mais o Rei- …Nós viemos a correr para lhe contar…! Mas aí abriu a porta ao mesmo tempo que nós íamos bater, e estamos agora nesta situação!

Orihime ria discretamente. Grimmjow bateu com a própria mão na sua testa recriminando-se por ter sido estúpido ao confiar nela. Aporro mantinha-se indiferente por ter sido apanhado… Ria maliciosamente para Ulquiorra que fazia questão de ignorá-lo.

Ele fechou os olhos, e contava mentalmente até dez para se acalmar e não os matar a todos naquele momento.

– E que coisa tão grave é essa que tiveram de me procurar nos meus aposentos? Ainda por cima interrompendo algo importante que eu estava a fazer…

– Nós sabemos que estava muito ocupado Ulquiorra-sama – Aporro não disfarçava o sorriso debochado- Imagino que assunto importante era esse.

Nelliel deu uma cotovelada em Szazel para manter-se calado. Com isso, prosseguiu o seu discurso.

– Sabe o que é Ulquiorra-sama, nós vimos um unicórnio voador e …– Grimmjow tapou a boca de Nelliel com a mão, impedindo-a de falar. E sorrindo nervosamente, completou o seu discurso.

– Nós estamos de saída. Não vamos mais incomodar.

Os três desapareceram tão rápido quanto apareceram.

– MAS TU ÉS DOIDA POR ACASO? QUERIAS QUE ELE NOS MATASSE? UNICÓRDIO NELLIEL, UNICÓRDIO? NÃO ARRANJAS-TE NADA MAIS CREDÍVEL DO QUE ISSO?

– Não estejas tão nervoso Jowjow-kun… Já passou, não precisas de te preocupar… A Nell vai sempre te proteger dos que te quiserem fazer mal. Não tenhas medo.

– MEDO? PROTECÇÃO? Não me faças rir com coisas estúpidas…

O oitavo espada mantia-se alheio à discussão que decorria ao seu lado. A sua mente encontrava-se longe. Ou nem tão longe assim.

– Gostaria de saber mosca para saber o que vai acontecer naquele quarto. – O espada de cabelos rosa sorria maquiavélicamente ao imaginar como estaria a temperatura naquele quarto.

– Como se não soubéssemos…– Com o último comentário do sexto, os três espadasentreolharam-se e sorriam maliciosamente cúmplices. Voltaram discretamente pelo mesmo caminho que tinham vindo. Afinal, espiar um pouquinho numa fez mal a ninguém mesmo.

No dia seguinte, metade do palácio estava destruído pelos inúmeros cieros que Ulquiorra lançou na noite passada. Os três espadas encontravam-se neste momento do laboratório do oitavo em estado de recuperação das inúmeras queimaduras. Estavam feridos e doridos. Mas mesmo assim sorriam. Conseguiram o que pretendiam.



Capítulo 15- Conversa

Hueco Mundo

Os dois dias passaram rapidamente. Orihime parecia não estar mais tão preocupada, mas no fundo estava. Ulquiorra apoio-a em tudo o que ela necessitava. Inclusive desleixou-se nas suas tarefas habituais de líder para tomar conta dela, passar mais tempo com ela.

Ele sabia que era difícil para ela. Estava entre a espada e a parede. Ela não queria ter deoptar por um lado… Ele sabia que ela o amava, que gostava de todos os espadas. Mas ela também gostava de seus antigos companheiros. Não os queria desiludir ou ferir.

Gostava de tomar a dor dela. Ser ele a sofrer em vez dela. Mas isso não era possível. Por isso fez de tudo ao seu alcance para a consolar.

Eles despediam-se dos seus amigos. Ou melhor, a Orihime despedia-se. O Ulquiorra permanecia em silêncio. Abriram uma garganta e foram para o Mundo Real.

Mundo Real

Na loja de Urahara encontravam-se Ichigo, Rukia, Sado e Ishida, para além de Yoruichi e Urahara. Eles foram chamados pelos ex capitães da Soul Society.

– O que se passa Yoruichi-san? Porque nos chamou a todos? Aconteceu algo?.. – Ichigo começou logo com um monte de perguntas mas fora interrompido.

– Are, are… Não mudas nada Ichigo. Aconteceu algo sim, mas não somos nós que vamos contar. – Ichigo iria abrir a boca para fazer outra pergunta mas calou-se ao ver o olhar mortífero dela.- Vai à casa de Inoue Orihime. E lá saberás tudo o que precisas de saber…

Todos arregalaram os olhos de espanto. Como assim? A casa da Orihime? Um ambiente tenso penetrou no local. Ambos sentiam a falta da sua amiga. Sentiam uma dor forte só delembrar do seu sorriso.

Urahara tinha o chapéu a cobrir os olhos, era indescritível a expressão do seu rosto.

– Vai agora Kurosaki, e lá as tuas dúvidas serão esclarecidas. – Ichigo levantou-se sem reclamar. Era das poucas vezes que o vendedor não usava um tom brincalhão. O assunto devia ser sério. Mas antes de abrir a porta ainda ouviu- Não te enganes pelas aparências, ouve tudo o que tem de ser ouvido. Controla as tuas emoções.

Confuso. Ichigo não percebera aquele conselho, por isso pensava nas suas palavras para não se esquecer delas. O que o poderia esperar na casa da amiga?

Eles mal chegarão a sua ex casa, entraram logo nos gigais. Estava tudo pronto, agora era só aguardar. Esta era a pior parte. A ansiedade os consumia, principalmente a ela.

A qualquer momento Ichigo iria entrar por aquela porta e o seu coração acelerava ao perceber que o momento estava cada vez mais próximo. Ulquiorra também estava inquieto mas conseguia disfarçar o seu nervosismo. Decidiu sentar-se no sofá, estaria um pouco escondido. Caso o shinigami entrasse não o veria logo. Assim ele não iria explodir. O que era mais provável se notasse logo a sua presença. Talvez se ele a ouvisse primeiro, ficaria mais calmo. Talvez.

A porta abriu-se lentamente. Na opinião de Orihime depressa demais. Ichigo estava receoso do que poderia encontrar ao abrir a porta, mas tomou fôlego e abriu logo a porta de uma vez.

Não era possível. Ela… ela… estava viva? Como? Surpresa e confusão estavam claramente expressas no rosto do ruivo. Até que uma onda de alegria tomou o seu ser e ele correu para a abraçar. Agarrou-a pela cintura e levantou-a no ar, rodopiando com ela. Chorava de alegria. Não cabia em si tanta emoção.

Ulquiorra não saíra do seu lugar. Fechava o punho com força. Se não fosse a situação delicada em questão, ele o quebrava ao meio por tocar na sua Hime. Mas não podia… Isso iria arruinar tudo. Tinha de se controlar, por ela. Continuava com os punhos cerrados, cravava as unhas contra a palma da sua mão e usara força demais. Acabou por ferir-se. Sangue escorria da sua mão… Mas não tanto quando o seu coração. Ele sabia que ela o amava, mas não gostava do shinigami. Temia que ele a levasse de si, outra vez.

Orihime ria nervosamente e pediu educadamente que ele a colocasse no chão. Estava de certa forma feliz. Até agora tudo corria bem… A sua reacção não fora tão má quanto pensara.

– Como… Como estás viva? Eu vi… tu… estavas…– Ichigo não conseguia acabar a sua frase, doía só de pensar. Ainda por cima por sua causa.

Ora, agora sim vinha a parte complicada. Como? Como iria explicar que sobrevivera tornando-se no ser que ele mais despreza? Aqueles que ele faz de tudo para destruir... Que agora era um dos que uma vez a raptaram e quase mataram. Que diria? Que passou para o lado do traidor? Que era uma traidora?

Ele esperava uma resposta dela, e estava a começar a ficar impaciente. A Inoue percebeu que ele não gostava da demora da resposta. Mas ela não conseguia falar! Tinha um nó na garganta que a impedia falar. As palavras morriam antes de saírem. Decidiu agir. Se não podia lhe contar de uma maneira, ele ficaria a saber de outra. Ele veria com seus próprios olhos.

Ela saiu do gigai. E viu a expressão dele. Oh se viu! Dor, incredulibilidade, susto… Ela estava a ficar agoniada. Sabia que a partir deste momento a conversa iria ficar complicada, iria tomar um rumo diferente…

– Uma vez que um humano… morre no Hueco Mundo… ele reencarna em hollow… – Orihime explicou de cabeça baixa. A franja tapava os seus olhos, sendo impossível para ele ver os olhos dela marejarem.

Ele iria começar a gritar, que não era possível, que não acreditava… Que esta não era a sua amiga! Ela não viraria um monstro! Mas foi aí que lembrou-se. Como um estalo. Oconselho de Urahara! Ele já sabia. E por isso o alertou… Mas isso só queria dizer… Que era tudo verdade… Como ele poderia lidar com aquilo?

– Kurosaki-kun? Sentes-te bem? Por favor, por favor diz qualquer coisa. Não faças essa cara… Por favor… Não me magoes com o teu silêncio. – Ela não aguentava mais, lágrimas faziam o percurso dos olhos até o queixo da menina.

Mas ele continuara incrédulo. A sua mente não aceitava a dura realidade. Estava paralisado, os músculos não obedeciam às ordens do seu cérebro.

Num momento Ichigo estava em pé, no outro estava contra a parede com a mão na face onde levara um soco. Mas quem? Quando procurou o responsável, qual foi o seu espanto ao ver quem era. Explodiu.

– O QUE FAZES AQUI!? – Ichigo apontava o dedo contra o quarto espada que mantinha-se indiferente. O ruivo ficava com mais raiva por estar a ser completamente ignorado. Aí ouviu um baixo soluço da menina. Notou que ela chorava mais agora. Finalmente, fez-se luz da sua cabeça e compreendeu a situação. Era de esperar depois de como ela morreu… Sorriu cínico.

– Vocês estão juntos…– Não era uma pergunta, mas sim uma afirmação. Não esperava uma resposta. Ele estava muito desiludido, não acreditava que depois de todo o mal, ela ainda o ama. O silêncio da moça só confirmou as suas suspeitas.

Virou-se de costas pronto para partir. Mas não sem dizer.

– Foi tudo planeado não foi? Tu quiseste morrer de propósito! Assim tornavas-te no mesmo monstro que eles! Livravas-te dos teus chatos amigos que arriscaram a vida para te salvar! Cansas-te de nós e agora passas-te para o outro lado… Não foi isso INOUE? – Ele não controlava o que dizia, só queria que ela se sentisse como ele. Atraiçoado. Sentia que todos os seus esforços foram em vão.

Ulquiorra não acreditou no que ouviu. Ele esperava tudo menos isso. Ele contava que o shinigami se virasse contra ele, que o culpasse pela morte da moça e que lutasse com ele para o matar. Mas virar-se contra ela? A sua amiga? Inaceitável. Ele saiu do gigai pronto para colocar o ruivo na ordem. Mas a cena que se seguiu o surpreendeu.

Kurosaki Ichigo tinha a cara virada de lado. Um tom avermelhado sob a forma de umamão apareceu na sua face direita. Ele olhou incrédulo para ela. E viu algo que nunca pensou ver no seu olhar. Ódio. Mágoa contra si. Foi aí que tomou consciência das suas palavras, e arrependeu-se amargamente. Agora entendia o que Urahara tentara o avisar. Mas ele não percebeu. Agora era tarde demais, o mal já estava feito. Amaldiçoava-se internamente. Como não percebera? Eles estavam em gigais, não queriam lutar mas sim explicar.

– Eu compreendo a tua raiva contra mim. Que te sintas traído… E lamento causar tanta dor na tua vida. Lamento ter sido um fardo para ti – A voz da rapariga estava carregada de mágoa- Mas não aceito que por minha culpa chames os outros espadas de monstros. Ulqui-kun, Nell-chan, Gimmy-kun, Szazel-kun… Nenhum deles é um monstro. Pelo contrário. São pessoas incríveis, que me orgulho de os ter conhecido. – Sorria ao lembrar-se dos seus momentos com os espadas- Foram eles que permitiram que a minha humanidade não morresse. E sou-lhes grata por isso. Não te admito a ti, nem a nenhum outro shinigami hipócrita que os chamem assim! Vocês não os conhecem! – Ela gritava e ele estava confuso, iria questionar o “hipócrita” mas ela não o deixou falar- Não! Agora falo eu! Não querias acusar!? Não querias discussão? Agora vais ter! Agora sou eu que te vou dizer umas verdades que estão aqui entaladas – Orihime colocava a mão na garganta e olhava para ele acusatoriamente, a cada momento que passava, a cada palavra proferida, Ichigo sentia-se pior-Falas que os espadas me tentaram matar mas esqueces-te que quem os manipulava era um shinigami? Ou melhor três! Falas que os hollows são monstros mas tu usas o nosso poder. Também não te lembravas não é? A tua máscara hollow, meu querido vaizerd. Se tu estás vivo, agradeço ao nosso poder. Caso contrário, a esta altura estarias morto. Monstros são aqueles que se consideram superiores, que acham que tem o direito de tirar a vida de outrem por não gostar dele e por isso dizem arranjam desculpas esfarrapadas para matar, “ele era um monstro”. Engraçado, o que te distingue de nós para além de estares vivo? Sim nós alimentamo-nos de outros hollows para evoluirmos, para sobreviver. Mas não és tu que usas um poder negro para sobreviver e salvar os teus amigos? Sim, nós matamos humanos por vezes. E tu quantas vidas não tiras-te já? Com que moral nos criticas? O que te faz melhor do que nós? Por seres um shinigami, por teres sentimentos e nós não… Poupa-me desses absurdos. Eu estou a namorar com o espada considerado mais frio. Acho que isso diz tudo.

Ulquiorra estava admirado, e orgulhoso. Não esperava que ela os defendesse com tal garra, que o defendesse dele.

Ichigo, por sua vez, sofria com o remorso. Sabia que magoou uma das suas poucas amigas verdadeiras, uma amiga de infância. Fora estúpido e inconsequente. Queria desculpar-se mas sentia demasiada vergonha para isso.

– Sai. – A voz fina voltou a pronunciar-se. O substituto de shinigami ia implorar pelo seu perdão mas ela não o queria ouvir ou sequer ver. Ele compreendia isso. Abaixou a cabeça em sinal de rendição. Esperaria um tempo, quando estivesse mais calma voltaria a falar com ela. Resolveriam o problema que ele próprio criou. – Mais uma coisa. – Ele prestou atenção máxima nas suas palavras.- Se envolveres a Soul Society nisto, não penses que abaixaremos a cabeça como uns cães sem dono. Nós lutaremos pelos nossos direitos, pela nossa dignidade. Coisas que vocês a nós não nos reconhecem. Nem que tenhamos de morrer por isso. – Fora um ultimato. Se ele criasse guerra contra os espadas, ela iria envolver-se nisso…pelo lado deles. Era uma declaração de guerra por parte dela. Olhou por breves momentos, chocado com a atitude dela mas logo desapareceu no shunpo. Sussurrando para o vento:

– Eu voltarei. Não como capitão de um esquadrão da Soul Society mas como Kurosaki Ichigo. Não envlverei outros shinigamis nisto. Tal como tu, não quero guerra.

Orihime caiu de joelhos no chão. Chorava e gritava de dor. Queria sumir. Porquê, porquê? Porque tudo era tão difícil?

Ulquiorra rapidamente a socorreu. Via o estado deplorável da sua amada. Sentia-sesufocado por não poder fazer nada. Sofria pela dor dela. Queria ajudá-la e por isso abraçou-a dando-lhe um leve beijo na testa para a reconfortar.

– Eu estou aqui. – Ele tentava encorajá-la com palavras doces. Ela agarrava-se com força nos seus ombros e chorava compulsoriamente no seu pescoço. Soluçava. Sabia que tinha perdido os seus amigos.

Ele carregou-a para a sua cama e deitou-se ao seu lado. Acariciava os seus longos cabelos. Enquanto ela o agarrava cada vez com mais força. Não parava de chorar. E Ulquiorra já estava a ficar desesperado por a arrancar não se acalmar de forma alguma. Sentia o peito acontrair-se com a dor, era insuportável aquela situação. Ichigo Kurosaki iria arrepender-se de a ter magoado desta forma! Mas por agora só queria que ela voltasse à normalidade.

Ela acabou por adormecer pelo cansaço. Ele no entanto manteve-se desperto a noite toda, vigiou o sono da sua onna.

Ichigo entrava no seu quarto. Tinha arranjado encrenca e das fortes. Tomou um banho gelado para resfriar a sua cabeça. Mas não funcionou. Sentiu que a cabeça estava a mil e que a qualquer momento iria explodir. Vestiu uma calça qualquer e foi abrir a janela do seu quarto para respirar ar puro.

– O que fixes-te Ichigo? – Rukia apareceu do nada assustando o rapaz, que quase caiu da janela. Ela o olhava séria.

– Não sei do que estás a falar Rukia.

Rukia não gostou dessa resposta. Ela chegou-se ao pé dele, fuzilava-o com o olhar.

– Não te faças de idiota, Ichigo! Eu já sei de tudo! Urahara e Yorichi contaram tudo para mim e para os outros… Eu conheço-te Ichigo, melhor do que tu pensas. Sei muito bem que não ignoras-te o aviso do Urahara. – Ichigo abaixou a cabeça, sentia a culpa remoer-lhe outra vez, sentia-se encavacado por ter de contar os seus actos deploráveis- O que fizeste Ichigo? – Repetiu pela segunda vez.

Com a voz baixa, ele admitiu seus erros. Contou as palavras duras que lhe dirigiu. Da ameaça dela, tudo. A pequena shinigami abriu os olhos até mais não poder… A situação estava muito pior do que pensara. Se não fizesse algo, certamente a amizade deles estaria estragadapara sempre.

Ela colocou a mão no ombro do rapaz, procurando reconforta-lo.

– Amanhã nós vamos visitar a Inoue-san. Vai lá ter depois… Fala com ela. E implora se for necessário pelo seu perdão. Não deixes escapar uma amizade de anos Ichigo.– Com isso ela afastou-se dele, deixando-o sozinho com os seus pensamentos. Abriu a porta do armário e olhou para ele uma última vez, antes de subir para a sua cama no armário e dormir profundamente.

Ichigo remoía-se por dentro. O que ele devia fazer para ela o perdoar? Conseguiria salvar o que restara da amizade com a ex humana?




Capítulo 16- Palavras

Mundo Real

Após uma noite perturbada, Orihime sentia-se um pouco melhor. Estava conformada. Já não sentia vontade de chorar, chorou tudo o que tinha a chorar.

Era doloroso perder um dos seus melhores amigos. Mas não era o fim do mundo. Ela ergueria a cabeça e continuaria com a sua vida normalmente. Afinal, Ichigo não era essencial à sua vida. Em tempos, pensou que sim mas estava enganada.

Ela precisa de Ulquiorra! Sem ele é que ela teria desabado. E tudo o que ele estava a fazer por ela só a animava mais. Ele era frio, não gostava de mostrar as suas emoções mas estava a ir contra esses princípios para a ver sorrir. Ela sentia-se aquecida por dentro com o seu esforço. Era isso que ela mais gostava nele… Ele ia contra tudo, contra ele mesmo se fosse necessário, por ela.

Neste momento estavam no sofá a comer chocolate. Enquanto ela fora tomar banho, ele com o sonido foi a uma loja próxima e trouxe muito, muito chocolate. Ao início ela não entendeu o porquê… Mas ele esclareceu-a quando disse que sabia que ela tinha uma paixão secreta por chocolates, e que esse doce humano tinha a capacidade de melhorar o humor das mulheres. Ela demorou a processar a informação e foi aí que percebeu…

Estava a ser uma idiota! Ela a chorar pelos cantos, depressiva por causa do seu ex amigo. E ele, a tentar animá-la a todo o custo. Pensou no que ele estaria a sentir ao ver o seu sofrimento. Por sentir-se incapaz. Sentiu-se horrível.

A arrancar correu na sua direcção e agarrou-o pelo pescoço. O espada instintivamentelargou os sacos carregados de chocolate para segurar na cintura da mulher. Ele estava surpreso e levemente corado. Não percebia essas mudanças repentinas no humor dela. Uma hora tinha cara de zombie, outra sorria como uma menina de cinco anos? Será que ela estava naqueles dias…?

Ele sentiu que a sua camisa estava a ficar molhada e alarmou-se. Ela estava outra vez a chorar! Ulquiorra já ia perguntar o que aconteceu mas ela foi mais rápida.

– Arigato, arigato, arigato! Eu não sei o que faria sem ti. Tu és tudo para mim. Sei que tens alguns defeitos, como a teimosia… Isso por vezes tira-me do sério mas…– Ela soluçava contra o peito dele, que escutava-a atentamente, não ousou interrompe-la- … Mas é isso que eu mais gosto em ti! As nossas brigas e principalmente as nossas reconciliações. – Ela formou um sorriso malicioso nesse instante mas logo retomou à sua postura séria- Quando era mais nova pensava que o homem ideal era o que não tinha defeitos… – Levantou a cabeça para o olhar nos olhos, ele continuava estático. Ela sabia sempre como o deixar sem reacção. –… Tu mostraste-me mais uma vez o meu erro. O homem ideal não é aquele que não tem defeitos mas aquele que tem os defeitos que adoro. Eu amo-te Ulquiorra. Tu és uma parte de mim, se não um todo… Se não fosses tu eu não aguentaria esta pressão. Já teria desistido mas tu és a minha força. – Os olhos dela brilhavam, não de lágrimas mas pela felicidade que sentia… O seu sorriso era resplandecente. Qualquer um que a visse iria ser contagiado pela sua alegria.

Ulquiorra não se sentiu indiferente à declaração da princesa. Ele gostava de lhe responder. De dizer algo… Mas não sabia. Ele buscava palavras certas, mas não havia. Nada do que ele pudesse dizer descreveria o que ele sentia. Estaria a reduzir em palavras o quanto ele a amava, e o quanto ela era importante para ele.

Eles olhavam-se profundamente. E Orihime sabia. Sabia a guerra interna dele… O quanto ele gostava de se expressar para ela. Ela ria com a frustração do espada ao não encontrar palavras “certas”. Talvez o que eles precisassem não eram palavras.

O quarto espada desistiu de encontrar palavras. Ele levou a mão dela até ao peito dele, onde estaria o seu buraco hollow se não fosse o gigai. Ela olhou confusa para ele e perante esse olhar ele tentou de esclarecer.

– Os humanos são incompetentes… Busquei em toda a minha memória palavras certas mas não as encontro. Por isso, espero que este gesto te diga um pouco de como eu me sinto… Eu não tenho um coração, mas o facto é que desde que te conheci sinto como se algo acelerasse no meu peito. Eu não tenho esse órgão e por isso fiquei confuso ao início mas depois percebi. – Ele fez uma pausa, respirou fundo e olhou nos olhos dela que estavam a ficar marejados outra vez, mas agora de felicidade- Esse coração que vocês falam são os sentimentos, e todos aqueles “sintomas” provém do sentimento mais poderoso: amor. Eu não tinha esse coração, porque não te tinha a ti. Não tinha nada a ver com o facto de eu ser arrancar ou não, mas eras tu. És sempre tu… Quando te conheci senti pela primeira vez esses sintomas e hoje estamos nesta situação. Gostava de dizer “amo-te”, mas sinto que é pouco comparado ao que eu sinto por ti. Não sei se sentes mas neste momento sinto que o meu peito vai explodir, devido à velocidade do meu coração. Mesmo eu não tendo um, tu deste-mo. Acho que essa é a maior prova do que sinto por ti… – Ele fora interrompido, ao início ficou perturbado com a ação repentina da mulher, mas logo recuperou-se e correspondeu à altura.

Orihime não quis ouvir mais nada, não precisava. Com as duas mãos agarrou na sua face e o puxou para si, beijou-o intensamente. Ansiava pelo seu toque, pelo seu calor. Ela caminhava para trás em direcção ao quarto, sem nunca interromper o que fazia. Mas foi aí que sentiram três reiatsus conhecidas. Separaram-se e tentaram de recompor-se apesar de Ulquiorra não disfarçar a má cara às visitas. Será que era tão bom para as pessoas serem inconvenientes?

Orihime gargalhava com a expressão dele. Mas logo parou de implicar com o espada e abriu a porta aos amigos. Um pouco apreensiva. Mas nada que não conseguisse disfarçar com um dos seus sorrisos falsos.

– Kon-nichiwa Kuchiki-san, Ishida-kun, Sado-kun! Por favor, entrem. Sintam-se à vontade! – Ela abriu um dos seus sorrisos irresistíveis e deu passagem aos amigos. Eles cumprimentaram-na e depois viram o Ulquiorra com uma expressão zangada. Pensavam que ele estaria assim por causa da confusão Ichigo. Crianças Ingénuas.

– Orihime nós viemos aqui porque tínhamos saudades e ficámos felizes por estares bem. – Rukia foi quem quebrou o silêncio incómodo. A pequena shinigami sorria, realmente estava muito feliz por a amiga estar bem… e por ela estar muito bem acompanhada!- Nós também ficámos chocados quando soubemos o que te aconteceu… Mas tu continuas a ser a nossa amiga! E não queremos estragar tudo por esse pormenor. Nós gostamos de ti Orihime, sejas tu humana ou arrancar. – A Kuchiki abraçou a amiga que estava incrédula, Ishida e Sado reuniram-se no abraço e fizeram uma roda à volta da ruiva. Riam-se como nos velhos tempos.Orihime não cabia em si de tão feliz que estava.

Ulquiorra também estava feliz por ela. Ao menos aquela shinigami, o humano e o quincy tinham mais escrúpulos do que o outro. Remoía-se por dentro ao lembrar-se das palavras dele.Tentou espantar esses pensamentos e concentrar-se no agora. Mas foi impossível. Ele sentiu uma presença a aproximar-se. E ele sabia a quem pertencia.

Olhou de relance para a mulher. Ela estava distraída. Óptimo momento para escapar sem ela perceber. Saiu, ouvindo as gargalhadas que vinham de dentro da casa.

Ichigo caminhava lentamente à casa da Orihime. Vagava pelas ruas, como se estivesse a ir em direcção à própria morte. Seguiu o conselho da Rukia. Mas não estava muito confiante. Tinha o pressentimento de que algo correria mal. O seu pressentimento concretizou-se quando apercebeu-se de uma presença à sua frente, barrando o seu caminho. Ulquiorra.

Olhavam-se. Não era como os outros olhares que tinham tido. Este não era de desafio. Ulquiorra olhava com fúria para o shinigami, e este por sua vez não ousava enfrentá-lo. Por muito que lhe custasse admitir sabia que ele tinha razão. Ele foi um mostro para a Inoue. Ele só estava a protege-la… Dele. E tinha que lhe dar razão. No lugar dele faria o mesmo. Aliás, no lugar dele ele fez o mesmo. Mas os papéis inverteram-se. Ele imaginava o estado da amiga para que o espada ausenta-se da casa dela para a proteger, fora do gigai. Kurosaki sabia que ele não queria lutar, mas se tivesse de lutar para o afastar dela, fá-lo-ia.

– Nem penses que dás mais um passo em direcção da casa dela, ontem fixes-te o suficiente. Por acaso não te chegou? Queres magoá-la ainda mais, Kurosaki Ichigo? – O shinigami sentiu o desprezo nas suas palavras, principalmente quando o espada pronunciou o seu nome. Não o iria permitir passar, isso estava nítido.

– Tenho de lhe pedir desculpa… Fui longe demais… Tenho mesmo de falar com ela Ulquiorra. – Ele apelava ao bom senso do espada. Missão falhada. Ulquiorra não permitiria que a sua onna sofresse mais por causa dele.

Ulquiorra num impulso agarrou-o pelo pescoço. Os olhos verdes transmitiam tudo o que ele sentia… Raiva, ódio, desprezo… Ele não conseguia encarar a face do espada. A culpa e a vergonha não lho permitiam.

– Ainda bem que percebes-te o teu erro, shinigami. Mas é tarde demais. Tu podias ter evitado esta situação. Podias ter evitado que ela chorasse toda a noite, que se contorcesse de dor… Podias ter pedido desculpas antes de ter saído. Mas não o fixes-te! Não te importas-te o suficiente. Perdes-te a tua oportunidade. Alguma vez pensas-te pedir-lhe desculpa naquele momento? De deixar o orgulho de lado por ela? Não! Então porque haverei de deixar-te passar? Para cultivares o seu sofrimento? Para prolongar a sua dor? É isso que chamas de amizade? De proteger os que amas? Afasta-te dela ou serei eu a afastar-te.

Ichigo sentia-se cada vez mais mergulhado na escuridão. Saber da dor da companheira piorou o seu estado. Queria fazer algo para que ela o perdoasse. Mas sabia que ainda era cedo demais, ela não o queria ver. A prova disso é que ela permitiu que o espada de olhos verdes não o deixasse aproximar-se mais.

Abaixou a cabeça, escondendo o rosto. Perante este acto de rendição, ele largou o shinigami no chão. E caminhou de volta para casa da mulher.

Por breves momentos, sentiu pena do estado deplorável do ruivo: estendido no chão como o deixara. Não mexera sequer um músculo. Mas não deixou abalar-se. O substituto de shinigami teria de aprender a lidar com as consequências que as suas palavras causaram. Não era pedir “desculpas” e tudo ficava resolvido. Como se nada tivesse acontecido.

Quando entrou no humilde apartamento, viu eles a judiarem o pobre peluche Kon. Vestiram-lhe um vestido vermelho e colocaram uma peruca loira. Era clara a expressão enfadonha do espírito modificado. Riam às gargalhadas. Contudo, não evitou pensar que naquele círculo faltava um ruivo com um certo temperamento alto.



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